(Ilustração gerada pela IA COPILOT)
Ouvir alguém relatar uma situação problemática ou um evento
importante, seja ele positivo ou negativo, é uma ferramenta poderosa para
processar acontecimentos. Isso auxilia o relator a esclarecer o ocorrido,
conectá-lo com outros eventos significativos, assimilá-lo, definir novos
objetivos e identificar caminhos para alcançá-los. Vamos explorar esses
benefícios mais a fundo.
A simples prática de ouvir oferece grandes vantagens, pois,
ao relatar ser ouvido adequadamente, o falante aciona diversos processos
importantes:
1.
Reviver a situação: Ao relembrar o que
aconteceu, o relator revisita mentalmente o evento. Isso refresca a memória,
amplia a consciência das suas reações e permite relacioná-las com outras
emoções, situações e acontecimentos passados.
2.
Maior clareza: Ao tentar fazer o ouvinte
entender, o relator organiza suas ideias, o que aumenta a clareza sobre o
ocorrido.
3.
Identificação de gatilhos emocionais: Ao
descrever a situação, o falante pode reconhecer aspectos específicos que
desencadearam suas reações, como um tom de voz, ofensas ou ameaças.
4.
Efeito descondicionante: Quando o relator
revive mentalmente a situação para descrevê-la, ele está em um ambiente mais
seguro, livre das ameaças reais do evento original. Essa exposição imaginativa
tem um efeito descondicionante, dissociando as lembranças das consequências imediatas.
5.
Elaborar o que aconteceu: Além disso, ele
precisa organizar seu relato para que o ouvinte compreenda, o que envolve
trabalhar os acontecimentos, suas causas, as conexões com outros fatos e
lembranças, além de sua própria versão dos eventos. Esse processo contribui
para elaborar o que ocorreu.
6.
Participação do ouvinte: O ouvinte, por
sua vez, desempenha um papel crucial na ajuda ao falante. Ao demonstrar
interesse genuíno, levantando dúvidas e expressando curiosidade, ele pode
ajudar o falante a explorar pontos que talvez estejam sendo negligenciados,
distorcidos ou mal explicados. Essa interação favorece a construção de um
relato mais imparcial e compreensível.
7.
Impacto das reações do ouvinte: As
reações do ouvinte também têm grande impacto no que ocorre com o falante.
Quando o ouvinte lida com o que escuta de maneira serena, sem escândalo ou
surpresa excessiva, isso ajuda a acalmar o relator. Se, por outro lado, o
ouvinte se mostra indignado, essa reação pode validar os sentimentos do
falante. A diferença de perspectivas entre o ouvinte e o relator também é
enriquecedora, pois leva o falante a considerar outros ângulos e possíveis
reações ao acontecimento.
8.
Solidariedade e acolhimento: A
demonstração de solidariedade por parte do ouvinte oferece acolhimento e traz
tranquilidade ao relator. O ouvinte pode ajudar o falante a refletir sobre seus
objetivos e caminhos para alcançá-los: o que ele deseja fazer, onde quer
chegar. Além disso, pode auxiliá-lo a identificar os caminhos para alcançar
esses objetivos. A simples visualização de alternativas para resolver a
situação já tem um efeito calmante, pois proporciona esperança e ativa
motivações. Enxergar soluções viáveis mostra que é possível lidar com o que o
aflige.
9.
Compromisso com ações e soluções: Por
fim, o falante pode se comprometer a seguir determinadas ações e soluções, e
esse compromisso, tanto consigo mesmo quanto com o ouvinte, reforça sua
motivação.
Assim,
todos esses efeitos decorrentes de falar com um ouvinte interessado, receptivo
e colaborativo são poderosos mecanismos para lidar com situações desafiadoras.
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