domingo, novembro 23, 2025

Medidas certas para iniciar novos relacionamentos: aumentar a sua visibilidade e eficácia para agir socialmente

 

As pessoas gastam muito tempo e muitos recursos tentando melhorar seus atributos para conquistar a atenção, a admiração e a consideração alheia. Isso, até certo ponto, funciona. No entanto, há um grande equívoco nessa estratégia quando ela é vista como o principal caminho para formar relacionamentos amorosos bem-sucedidos. Em geral, as pessoas vão se conectar com seus assemelhados, de acordo com o princípio da homogamia ou homofilia. Ou seja, grande parte dos recursos necessários para acontecer essa conexão já está presente na medida em que elas são parecidas entre si.

Os recursos adicionais – sucesso financeiro, maior escolaridade, fama, mais beleza – podem, sim, permitir que a pessoa mude de grupo e passe a frequentar um meio que tenha mais qualidades do que o grupo atual, compatível com as suas qualidades presentes. Porém, na maioria das vezes, a pessoa está tentando impressionar justamente o seu grupo atual. Busca se destacar para conquistar a admiração daqueles com quem já convive. Essa é uma via: o destaque pela diferenciação e admiração.

A outra via – que talvez seja a principal, especialmente na área amorosa – não é aumentar indefinidamente as qualificações, mas sim aumentar a visibilidade. Como assim? As pessoas precisam frequentar locais e atividades em que existam outras pessoas compatíveis com elas para os fins que desejam: amor, negócios, amizade. Se isso não acontece, elas podem ter todas as qualidades do mundo, mas não acessam pessoas para as quais essas qualidades seriam atraentes – e o inverso também. Não adianta comprar roupas, fazer plástica, malhar na academia, ganhar mais dinheiro, se tudo isso não é colocado em contato com pessoas que se interessam por isso e que também poderiam impressioná-las.

A maioria das pessoas se casa com assemelhados. Esses assemelhados já estão organizados em grupos. O que a pessoa precisa fazer é encontrar esses grupos, aumentar a própria visibilidade na presença deles e ter chance de localizar possíveis parceiros compatíveis. Esse é o maior trabalho, e não simplesmente aumentar indefinidamente as qualificações. O aumento de qualificações serve, sim, para uma coisa importante: dentro do grupo de homófilos, ela terá que se destacar. Se ficar na média, não chama atenção. A média funciona como camuflagem social. Se tiver qualificações um pouco acima da média naquele meio, poderá chamar atenção e ser admirada pelas pessoas do grupo que lhe interessa – e esse mesmo grupo tenderá a se interessar por ela. As qualificações extras servem, então, para isso: destacar-se dentro do grupo adequado.

Mas não basta apenas estar no grupo. Há contextos que reúnem muita gente compatível, mas não são propícios para contato. Por exemplo, uma peça de teatro ou uma conferência podem reunir muitas pessoas com perfil semelhante, porém o ambiente não facilita nem estimula conversas entre desconhecidos. Às vezes, tentar conversar chega a ser inconveniente, como durante a peça ou durante um show. Existem, por outro lado, locais e atividades que concentram pessoas assemelhadas e facilitam, estimulam ou até exigem contatos: cursos, grupos de trabalho, oficinas, atividades em equipe, grupos de interesse, dança, esportes coletivos etc. É esse tipo de contexto que a pessoa precisa buscar.

Mesmo em locais que favorecem o contato, ainda assim ela terá que mobilizar habilidades específicas: chamar atenção de modo adequado, tomar iniciativas, sinalizar disponibilidade e disposição para se aproximar. Terá que mostrar comportamentos apaziguadores, afiliativos, interesses amorosos através do flerte. Nesses ambientes, não basta ficar parada num canto: será necessário circular, fazer contato, iniciar conversas, sustentar interações e usar suas habilidades para gerar, ali na hora, um clima propício a um possível envolvimento.

Por fim, não se trata apenas de habilidade técnica. A pessoa precisa ter tranquilidade interna para agir. Precisa confiar que isso pode ser feito, que é correto, que “não tem nada de errado” em se aproximar. Precisa acreditar que tem condições, que é capaz de atrair, que tem algo a oferecer que pode contribuir para o sucesso de um relacionamento. Sem essa confiança básica, ela até pode ter boas qualidades e boas oportunidades objetivas, mas continuará travada, invisível ou camuflada bem no meio do grupo que, em tese, seria ideal para ela.

Pronto! Esse é o caminho para novos contatos significativos. Vamos colocar em prática? Se a dificuldade for excessiva, procure a ajuda de um psicólogo adequado.