segunda-feira, novembro 21, 2016

Para melhorar sua vida, atualize a sua autoimagem e heteroimagem

Autoimagem, como essa palavra composta revela, é a imagem que temos de nós mesmos.

Heteroimagem é a imagem que as pessoas têm das outras.

Atualização da autoimagem

Antônio não atualizou sua autoimagem
Antônio havia demorado muito para se desenvolver fisicamente. Era menor e mais magro do que todos os colegas de classe. Por isso, sofria bullying e era desvalorizado socialmente. Na área amorosa, não despertava a atenção das colegas. Devido a essas experiências, tornou-se muito tímido. A timidez prejudicou mais ainda o seu desempenho no campo social e amoroso.
Devido a essas experiências ruins e devido ao fato de saber que era menos que os colegas da própria idade, Antônio formou um péssimo autoconceito: concluiu que era rejeitado na área social, era tímido, temia se expor em público e não agradava na área e amorosa.
Posteriormente, ele se desenvolveu muito fisicamente. Tornou-se atlético: sua estatura e seu peso ultrapassaram os dos colegas e, por isso, sua aparência tornou-se agradável e atraente. No entanto, ele continuava a perceber-se, sentir-se e a portar-se como antigamente, quando era um desprivilegiado na área física.
A sua autoimagem, formada nos “tempos das vacas magras” e reforçada pela timidez não foi corrigida pelo seu belo desenvolvimento físico. Por isso, a sua autoimagem continuava a prejudicá-lo.
Helena guardou sua autoimagem formada em outras circunstâncias e agora precisa refazê-la
O tempo passou na janela e só Helena não viu! (Obrigado, Chico! rs).  Ela estava casada desde os 20 anos e, como era muito fiel, deixou de ir atualizando as suas autoimagem e heteroimagem na área amorosa. Agora, aos 43, separou-se e, alguns meses depois, resolveu voltar ao mundo dos relacionamentos amorosos.
Para começar, o mundo atual, nesta área, não era o mesmo. Os objetivos dos relacionamentos eram outros: as pessoas “ficavam”, entravam em “rolos”, faziam sexo no primeiro encontro, iniciam relacionamentos através de aplicativos!
Ela, definitivamente, não sabia quem era, quais eram suas habilidades, como era “normal” se portar e se sentir nesse novo ambiente amoroso.
Antes de namorar o seu exemplo-marido, ela era muito atraente e disputada! Atualmente, não sabia qual era o seu poder de sedução e como andavam suas habilidades para iniciar e desenvolver relacionamentos amorosos.
Muitas conclusões que tiramos a nosso respeito são errôneas. Outras só eram corretas na época que foram formadas. Depois disso, evoluímos, nos modificamos e desenvolvemos outros recursos. No entanto, nunca revimos seriamente a autoimagem que formamos lá atrás. Acontecimentos na infância marcam profundamente a nossa autoimagem e são difíceis de serem alterados.

Autoimagens e heteroimagens

Possuímos diversas autoimagens: autoimagem do nosso corpo, da nossa inserção social, do nosso estilo amoroso, da nossa competência profissional, etc.
Usamos essas autoimagens como guias para tomar decisões e para aceitar ou rejeitar acontecimentos que nos digam respeito. Por exemplo, devido à imagem que temos de nós mesmos, podemos ficar interessados em certos tipos de empregos, mas não em outros; achamos que certos tipos de parceiros amorosos são adequados para nós, e outros, não; achamos que temos características adequadas para participar de certos grupos sociais, mas não de outros.
Também possuímos heteroimagens: as outras pessoas formaram imagens a nosso respeito e usam essas imagens como guia para suas ações: como agir conosco, o que esperar de nós. Essas imagens variam de acordo com as situações: eles têm imagem no campo social, no campo profissional, não campo amoroso, no campo.
As autoimagens e as heteroimagens de cada um de nós são relacionadas, até certo ponto. Aquilo que achamos de nós mesmos influencia nossas ações que, por sua vez, influenciam as imagens que outras pessoas farão de nós. O que as outras pessoas acham de nós influencia nossas autoimagens.

Mapeando a heteroimagem

Uma das experiências mais interessantes que já tive, foi a de tentar descobrir como eu era percebido por pessoas recém-conhecidas, após alguns poucas horas de contatos.
Para investigar esse tipo de percepção, no final do primeiro dia de aula, pedi para meus alunos, aproximadamente quarenta universitários de ambos os sexos, que escrevessem em um papel cinco características positivas e cinco negativas que haviam percebido em mim. (Os alunos foram instruídos para não identificarem suas respostas em todas as fases deste estudo. O anonimato aumenta as chances deles responderem honestamente).
Através desse procedimento, obtive dezenas de sugestões diferentes sobre características positivas e negativas que eu aparentava ter.
Em seguida, registrei em uma lista única as características que foram citadas por pelo menos dois alunos. Para construir essa lista, registrei apenas a forma neutra da característica citada, sem levar em conta suas variações de grau ou valência (positiva ou negativa). Por exemplo, se um aluno dizia “seguro” e o outro “inseguro” e um terceiro “pouco seguro”, na lista final de características eu registrava apenas “segurança”. Vinte sete características foram identificadas através desse procedimento.
Em seguida, transformei esses vinte e sete itens em um questionário. Para construir esse questionário, adicionei uma escala bipolar que ia desde -3 (Não possui nada desta característica), passando pelo zero e chegando ao +3 (Possui totalmente essa característica) em baixo de cada um dos vinte e sete itens da lista única. Por exemplo, o atributo “Segurança” foi transformado na seguinte questão:

                                                                       Segurança
                                   ———————————————————–
Não possui   nada   -3        -2        -1        0          +1       +2       +3 Possui totalmente

Em seguida, pedi para todos os alunos que me avaliassem novamente, desta vez usando este questionário com vinte e sete características.
Fiquei surpreso com muitas das avaliações: algumas das vinte e sete características foram avaliadas de forma muito semelhantes pelos alunos e outras, de forma diversificada. Alguns dos atributos avaliados uniformemente me surpreenderam, tanto agradável quando desagradavelmente. Não imaginava que eu passasse certas impressões ruins em algumas áreas e boas em outras. (Não vou dizer aqui quais eram essas impressões, RS).
A imagem que as outras faziam de mim após alguns breves contatos é bem diferente daquela que eu imaginava. A tomada de conhecimento da imagem deixou-me muito surpreso e a afetou a minha autoimagem!
Existem vários tipos de autoimagens e heteroimagens
Esse tipo de heteroimagem avaliada pelos alunos é apenas uma das minhas heteroimagens. Eu poderia realizar outras pesquisas para avaliar minha heteroimagem como pai, parceiro amoroso, profissional, etc. desenvolvendo outros questionários semelhantes a esse que desenvolvi com meus alunos.
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http://ailtonamelio.blogosfera.uol.com.br/2016/11/20/para-melhorar-a-sua-vida-atualize-a-sua-autoimagem-e-heteroimagem/

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