sábado, agosto 08, 2015

Passividade: você é um engolidor de sapos?

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"Passividade: você é um engolidor de sapos?"

Quando somos contrariados, podemos omitir (passividade), reagir agressivamente (agressividade), apresentar disfarçadamente (alusões, sarcasmo, tropo comunicacional, lítotes, etc. - mistura de passividade com agressividade) ou manifestar assertivamente (assertividade) aquilo que sentimos e pensamos. Da mesma forma, quando sentimos e pensamos coisas positivas, os nossos estilos de ação podem ser passivos ou assertivos. Por exemplo, podemos omitir ou expressar adequadamente a nossa satisfação quando gostamos das ações do nosso interlocutor.
Cada um destes estilos de ação pode apropriado ou inadequado dependendo das circunstâncias.
Neste artigo vamos examinar o estilo passivo de ação.
A passividade é a omissão de pensamentos e sentimentos
Considere a seguinte história de um casal passivo que frequentou durante anos um restaurante que nenhum dos dois gostava:
Certa vez atendi um casal que estava se separando de uma forma conflituosa. Em uma das muitas brigas que travaram no meu consultório, eles discutiram quem cedia mais para o outro. Em certa altura da briga, a esposa disse para o marido: “Eu faço tudo o que você quer”. Ele contestou-a através de um pedido: “Dê um exemplo.” Ela respondeu: “Só comemos naquele restaurante que você gosta.” O marido, muito surpreso, perguntou: “Que restaurante?” Ela respondeu: ”Lá naquele restaurante indiano”. O marido, cada vez mais surpreso, disse: “Que é isso? Eu comia lá porque pensava que você gostava. Eu não gosto daquela comida.” Ela, também muito surpresa, respondeu: “Imagine”! Eu odeio aquela comida. Eu sugeria esse restaurante, dentre outros, porque achava que você gostava!
Ou seja, os dois comeram durante anos em um restaurante que ambos não gostavam porque cada um supunha que o outro gostava. Esse casal não tinha a iniciativa de ou a coragem de conversar sobre isso!
Passividade: Passividade é a omissão de desejos e pensamentos, tanto nas comunicações quanto na sua forma de agir. Quem costuma ser passivo é “engolidor de sapos”.
Quando age passivamente, uma pessoa se anula e se inutiliza como interlocutor. Só os falantes compulsivos e desrespeitosos, que são capazes de falar até com uma mensagem automática de uma secretária eletrônica, gostam de interlocutores passivos.
Muitas vezes, o passivo não consegue ser assertivo porque teme perder pontos na imagem pessoal, ser grosseiro, pressionar ou constranger os interlocutores.
Vantagens da passividade apropriada
Muitas vezes, a maneira agir que é socialmente esperada contém certo grau de passividade cooperativa ou a disfarçada. Nesses casos, uma resposta muita assertiva pode ser menos preferida por ser considerada muito direta ou rude.
Certa dose de passividade é necessária para o convívio social.
A passividade pode ser considerada uma forma de reação moderada que é apresentada diante de uma ação indesejada do interlocutor. Este tipo de uso da passividade foi identificado por um estudo canadense que constatou que este tipo de reação era usado como primeira medida para lidar com comportamentos indesejáveis, na área amorosa. Neste estudo, as pessoas que recebiam uma iniciativa amorosa indesejável preferiam, como primeira reação, ignorá-la, ou seja, agir passivamente. Elas só rejeitavam ativamente tal iniciativa – através de uma atuação assertiva ou agressiva - quando ignorá-la não era suficiente para fazê-las cessar.

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