sábado, fevereiro 21, 2015

Como escolhemos nossos parceiros amorosos

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"COMO ESCOLHEMOS OS NOSSOS PARCEIROS AMOROSOS"

No campo amoroso, a seleção de parceiros segue um conjunto de normas ou princípios. As pessoas usam estes princípios para escolher parceiro que têm as qualidades que elas querem e que não tenham os defeitos que elas não querem.

As pessoas têm pouca consciência do que estão usando esses princípios. Se perguntarmos para elas, quais as regras que estão seguindo para escolher um parceiro amoroso, a maioria delas terá muita dificuldade para falar sobre isso e poderá, inclusive, negar que siga qualquer regra com esta finalidade.

Os princípios que têm mais influência na maioria das seleções de parceiros são os seguintes: princípio da admiração, princípio da homogamia, princípio da heterogamia, princípio das médias ponderadas das qualidades e defeitos e o princípio dos defeitos graves. Vamos examinar agora esses princípios (O meu livro “O Mapa do Amor”, Editora Gente, apresenta mais detalhadamente esse assunto).


O Princípio da Admiração
“A admiração é um requisito para o amor.” (Stendhal)

Para nos apaixonarmos por uma pessoa é necessário que a admiremos. Segundo o escritor Stendhal, a admiração é um dos requisitos essenciais para o nascimento do amor (Stendhal, 1999).

Quando uma pessoa é admirada, isto significa que possui qualidades que o admirador valoriza e gostaria de ter em si ou para si. Segundo a teoria da expansão do ego, ter um relacionamento amoroso com uma pessoa admirada é uma forma de incorporá-la, juntamente com as suas qualidades desejadas, ao ego do admirador.  Ou seja, esta é uma forma de o amante adquirir as qualidades admiradas do amado (Aron e Aron, 1996).

Em geral, preferimos um parceiro amoroso que tenha o maior número possível de qualidades e a intensidade máxima de cada uma destas qualidades.  Suponhamos que vamos escolher um dentre dois pretendentes, os quais diferem apenas quanto ao grau que possuem de uma determinada qualidade como, por exemplo, a beleza. Qual deles seria o escolhido? Quase todo mundo escolheria, sem pestanejar, o mais bonito.

Algumas vezes, o atributo que é considerado “o melhor possível” independe de quem está fazendo a escolha (por exemplo, uma pessoa gentil e atenciosa é valorizada por quase todo mundo) e, outras vezes, depende de quem está fazendo a escolha (por exemplo, a altura ideal de uma mulher depende, pelo menos em parte, da altura do parceiro).



O Princípio da Homogamia
“Temos algo em comum.” (Frase popular)

Este princípio afirma que os relacionamentos amorosos têm mais chance de dar certo quando os parceiros são semelhantes entre si.

Este talvez seja o princípio mais importante que rege a seleção de parceiros. Os estudos científicos vêm mostrando, cada vez mais claramente, que nos relacionamentos amorosos que dão certo (são iniciados mais facilmente, têm um grau maior de satisfação, duram mais etc.), os parceiros são semelhantes entre si em um número muito grande de características.

            A história de André, que vamos relatar agora, é uma história real que ilustra bem algumas das razões que levam uma pessoa a optar por um parceiro que lhe seja semelhante.

 As consequências negativas de arranjar uma namorada de outro nível econômico

(Caso real. Os nomes e alguns detalhes foram trocados para não permitir a identificação dos personagens).

André apresentou a sua nova namorada, Anne, para os amigos. No outro dia, quando André voltou a encontrar os amigos, sem a presença da namorada, recebeu pesadas críticas. Os amigos lhe disseram coisas do tipo:

“Esta moça não é para você. Ela está acostumada com as coisas boas da vida e você não vai ter dinheiro para fornecer tais coisas para ela.”

“Você vai gastar todo o seu dinheiro em restaurantes, boates e locais de férias, e depois, ela vai abandonar você.”

“Ela não é do nosso meio. Ela vai te fazer sofrer.”

“Ela só tem amigos que moram em mansões e que têm Mercedes e BMWs. Estes caras não vão se entrosar com a gente.”

André ficou bastante abalado com esta reação dos amigos. Afinal, a namorada havia sido tão simpática com eles. Surgiu a dúvida na sua cabeça: “Será que vou conseguir ser feliz com Anne?”.

Tempos depois, André e Anne começaram a ter atritos, geralmente relacionados com os hábitos caros de Anne, e se separaram.

Esta história de André e Anne mostra bem algumas das razões pelas quais o relacionamento amoroso entre duas pessoas muito diferentes tem pouca chance de dar certo.

O Princípio da Heterogamia
“Os opostos se atraem.” (Frase popular)

Este princípio afirma que certas diferenças entre os parceiros contribuem para que um relacionamento amoroso entre eles dê certo.

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