domingo, setembro 25, 2016

Porque a paixão e o amor duram pouco e o casamento arranjado pode dar certo

Levine e colabores realizaram uma pesquisa em onze culturas sobre o papel do amor para aceitar um parceiro para o casamento e para a separação (Veja a citação dessa pesquisa na Nota, no final deste artigo). Esses autores perguntaram para os participantes se eles se casariam sem amor com um parceiro que tivesse todas as qualidades desejadas em um esposo. A grande maioria das pessoas das culturas ocidentais (“individualistas”) afirmou que não se casaria (no Brasil, cerca de 86% das pessoas afirmaram que não se casariam sem amor). Em seguida, o autor perguntou se essas pessoas se separariam, caso o amor terminasse após algum tempo de casamento. A grande maioria afirmou que não se separaria. Ou seja, após o casamento ser estabelecido, outras motivações dificultam o seu término (filhos, razões econômicas, companhia, compartilhamento de amigos e familiares, estabelecimento da identidade psicológica de casado, planos etc.).
Portanto, a permanência no relacionamento amoroso é multimotivada e não depende apenas da existência do amor entre os cônjuges! Essa multimotivação é a regra geral e não a exceção para quase tudo o que fazemos.
O amor, portanto, têm um papel mais importante para viabilizar o início dos relacionamentos. Depois que esses relacionamentos são iniciados, seus desenvolvimentos e manutenções podem passar a depender de outros fatores: filhos, compartilhar amigos, vantagens e dependência econômica, desenvolvimento de identidade que inclui o parceiro, planos para o futuro, companhia, etc.

O poder da conquista

A compreensão deste este papel tão grande que a paixão e o amor exercem nos inícios dos relacionamentos ajuda a entender porque as pessoas investem tanto na conquista dos parceiros e menos na manutenção dos relacionamentos.
No início do relacionamento, as pessoas cuidam da aparência, ficam muito agradáveis com o parceiro, são sedutoras, gentis, positivas e energéticas. Tudo isso para despertar a paixão e o amor do parceiro. Depois que o relacionamento já foi estabelecido e passou a ser sustentado por outros fatores, as pessoas sentem-se mais seguras, a paixão já cumpriu o seu papel e pode arrefecer. Custa muito tempo e energia manter a paixão e o amor intensos depois que já cumpriram seus papéis!

Relacionamentos arranjados

Existem relatos que afirmam que nas culturas onde há casamentos arranjados, os cônjuges desenvolvem afeição mútua que é tão ou mais intensa do que a afeição entre os cônjuges que é desenvolvida nos casamentos formados com base na paixão e amor iniciais, como na nossa cultura.
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sábado, setembro 17, 2016

Dois ingredientes da autoestima

A autoestima é o resultado da autoavaliação dos próprios méritos e deméritos. As pessoas que têm boa autoestima são aquelas que se avaliam de uma forma positiva. As pessoas que têm baixa autoestima são aquelas que se avaliam de uma forma neutra ou negativa.
Dois ingredientes da autoestima
Roy F. Baumeister, professor de psicologia da Universidade Estadual da Flórida, publicou um livro muito interessante sobre a autoestima (Veja citação na Nota , no final deste artigo). Neste livro, Baumeister afirma que a autoestima é composta por dois tipos de ingredientes: o disposicional e o situacional.
Ingrediente disposicional da baixa autoestima
Quando uma pessoa tem sucesso nas principais áreas da sua vida e, mesmo assim, está insatisfeita consigo mesma, é provável que ela esteja com baixa autoestima causada pelo ingrediente “disposicional”. Este ingrediente é formado pelos acontecimentos que ocorreram em outras épocas da vida, geralmente durante a infância, e têm raízes profundas. Quem tem problemas disposicionais de autoestima geralmente são aquelas pessoas que foram criadas por pais exigentes, que eram insatisfeitos com eles próprios, que eram ágeis para criticar e lentos para elogiar e que nunca estavam totalmente satisfeitos com aquilo que seus filhos faziam. Este conjunto de condições pode produzir problemas crônicos de autoestima. Este tipo de problema é muito arraigado e difícil de ser combatido. O seu tratamento exige um bom tempo de terapia.
Quando a baixa autoestima tem esse tipo de causa, a insatisfação que a pessoa sente não tem um foco definido – ela é difusa: a pessoa não sabe dizer qual é o motivo da sua insatisfação consigo própria. Todos os motivos que ela cita não parecem ser suficientes, nem para ela própria nem para quem a está ouvindo, para explicar a sua insatisfação. Os seus sucessos em diversas áreas de sua vida só produzem alguma satisfação por pouco tempo. Logo reaparece a insatisfação.
Ingredientes situacionais da baixa autoestima
Quando o nosso desempenho produz maus resultados em áreas importantes da nossa vida, é razoável que fiquemos temporariamente insatisfeitos com nós mesmos e que tenhamos a nossa autoconfiança abalada. Esta insatisfação e diminuição da autoconfiança são desconfortáveis. Esta insatisfação e desconforto, se bem canalizados, podem contribuir para aumentar a nossa motivação, melhorar o nosso desempenho e, assim, contribuírem para a  superação dos obstáculos que estão sendo enfrentados. Por outro lado, quando o desconforto causado pela baixa da autoestima é mal canalizado, a pessoa perde a confiança em si mesma e passa a ter cada vez piores resultados e, assim, acaba entrando em uma espiral descendente.
Segundo Baumeister, o sucesso ou fracasso nas seguintes áreas geralmente afetam a autoestima da maioria das pessoas:
– Aparência física.  Quem está insatisfeito com o próprio corpo pode sofrer um rebaixamento da autoestima. No entanto, muita gente que tem uma ótima aparência continua insatisfeita consigo mesma. Estas pessoas se apegam a detalhes (por exemplo, se torturam por pequenas estrias ou por um quadril ligeiramente mais volumoso do que o médio). Neste caso, trata-se de uma distorção da autoavaliação.
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sábado, setembro 03, 2016

Agora só vou gostar de quem gosta de mim!

“Só vou gostar de quem gosta de mim” (Letra de uma música de Roberto Carlos)
“Só compro de quem quer vender. Só vendo para quem quer comprar.” (Afirmação de um homem de negócios muito bem sucedido).
Quando você pressiona o outro para fazer o que ele não está muito motivado, você paga um preço por isso. Neste artigo, vamos examinar quando vale e quando não vale a pena pagar esse preço para iniciar e desenvolver um relacionamento amoroso.

Selecionar é melhor e mais fácil do que conquistar

Hipnotizador: faz teste de sugestionabilidade. Pede para plateia entrelaçar os dedos de uma mão com os dedos da outra. Em seguida, sugere que as pessoas não conseguirão separar as mãos. Diversas pessoas tentarão desentrelaçar os dedos e não conseguirão. Estas são aquelas pessoas mais sugestionáveis. Elas serão convidadas para a fase seguinte do espetáculo: serem hipnotizadas. Já se mostraram sugestionáveis no teste anterior. Os outros, aqueles que facilmente descruzaram os dedos das mãos são pouco sugestionáveis e, por isso, não serão convidados para a demonstração de hipnotismo. Ou seja, o hipnotizador experimente seleciona antecipadamente aqueles que provavelmente são mais fáceis de serem hipnotizados.
Algo semelhante pode ser feito no amor: é melhor selecionar logo no início aqueles que mostram propensões mais fortes para gostar de você!
Se logo no início do relacionamento, a outra pessoa gosta de você, mostra que você a agrada, mostra que admira você, valoriza ficar com você, isso é um excelente início. Isto significa que suas características agradam tal pessoal e que para ela, você já oferece muitos atrativos mesmo antes de se esforçar para agradá-la.
Se o parceiro se mostra reticente, esquivo e desligado e é você que tem que correr atrás dele, isso é uma evidência de que você não o agrada muito com as suas características naturais e que terá que se esforçar bastante para agradá-lo.

Quando é sábio esforçar-se para agradar o parceiro

No início do relacionamento, esforçar-se para agradar o parceiro é sábio. Ainda não há ligação com ele e, por isso, é necessário ser o mais agradável possível, sinalizar intenções positivas e expressar quão agradável é relacionar-se com ele, para estimular e nutrir o relacionamento nascente, que ainda é frágil.
Agradar durante o relacionamento é uma sabedoria: segundo John Gottman, para que um relacionamento seja agradável, é necessário que cada parceiro proporcione para o outro cerca de cinco unidades de coisas boas para cada unidade de coisas ruins.
No entanto, manter um relacionamento assimétrico, onde um parceiro gosta mais do outro e se esforça mais para mante-lo é muito desagradável, baixa a autoestima e causa uma sensação permanente de insegurança.
André gostava mais de Sônia do que vice-versa.
André notou que sempre era ele que procurava Sônia. Nas trocas de mensagens, era sempre ele que escrevia mais. Geralmente era ela que tomava a iniciativa de terminar os diálogos. Era ele que propunha a maioria dos assuntos. Também era ele que concordava com quase tudo que ela dizia e não vice-versa.
Ele mostrava mais necessidade de vê-la do que vice-versa: sempre era ele que tomava a iniciativa de propor novos encontros e novos programas. Frequentemente ela não aceitava seus convites: alegava que tinha outros compromissos. Para André, compromisso era uma questão de prioridade. Ela era sempre a sua prioridade.
André tinha a sensação nítida que era ele que estava se esforçando mais que ela para manter e desenvolver o relacionamento.
Tudo isso fazia que ele se sentisse inseguro, não querido, não admirado. A sua autoestima andava bem baixa!

Esforçar para agradar pode se tornar um padrão entre os parceiros

Quando um parceiro se esforça mais para agradar o outro do que vice-versa, isso pode se tornar o padrão do relacionamento entre eles. Por exemplo, sempre é o mesmo parceiro que liga para o outro; sempre é este parceiro que apresenta convites para programas; sempre que se desentendem, é este parceiro que toma iniciativas para reconciliar. Se for o mesmo parceiro que faz tudo isso, o relacionamento entre eles está desequilibrado: esse parceiro está mostrando que valoriza mais o relacionamento do que o outro.

Quando é necessário investir no relacionamento

Esforçar-se por um tempo para agradar e atrair o parceiro amoroso pode ser uma boa política. Em muitos casos, isso dá certo: este parceiro apaixona-se, passa a procurar mais e a mostrar seu amor por aquele que se esforçou mais no início.

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CONVITES

CURSO 1

FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS DO RELACIONAMENTO AMOROSO
Curso para psicólogos e estudantes de psicologia.
JÁ TEMOS UM BELO GRUPO!!!
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE PROBLEMAS AMOROSOS
– Ancoragem em casos reais trazidos pelos participantes
– Aula sobre teorias e pesquisas relevantes para abordar o caso que está sendo discutido no dia.
– Atendimento simulado do caso
TIPOS DE PROBLEMAS AMOROSOS
Problemas para atrair parceiros, iniciar e desenvolver relacionamentos felizes, traição, desapaixonamento, problemas para dialogar, tipos de amor incompatíveis, sexualidade insatisfatória, etc.
Todas, quintas feiras, 20h -22h
Cada encontro é independente dos outros.
Você pode entrar no grupo em qualquer época
Rua Realengo, 214, Pinheiros, São Paulo
Tel (11) 3021 5833
Curso ministrado pelo Dr. Ailton Amélio
Prof. de Relacionamento Amoroso da USP (1985 – 2013)
Psicólogo Clínico e Escritor
Para obter outras informações e se increver, mande um email para:
ailtonamelio@uol.com.br
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CURSO 2

Chega de solidão!
Como iniciar e desenvolver relacionamentos amorosos
O curso:
Um bom relacionamento amoroso contribui fortemente para a autorrealização e para a felicidade. Certas pessoas, no entanto, têm dificuldade para iniciar, desenvolver ou manter esse tipo de relacionamento e, por isso, deixam de usufruir dos seus benefícios.
Neste curso, vamos examinar as principais dificuldades para iniciar e desenvolver relacionamentos amorosos e como superá-las.
Público-alvo:
 Esse curso é indicado para:
1-    Pessoas que estão com dificuldades para iniciar, desenvolver e manter relacionamentos amorosos.
2-    Psicólogos e outros profissionais que trabalham com pessoas que têm dificuldades para iniciar relacionamentos amorosos.
Método de ensino: exposição oral, debates, exame de casos fictícios e atividades práticas para melhorar os relacionamentos amorosos.
Duração: 8 horas
Data e horário: 29/10/2016 (sábado), das 9:00 às 18:30 – intervalo para almoço das 12:30 às 14:00.
Inclui: coffee break e certificado.
Programa:
1- Identificação das principais características pessoais que facilitam ou dificultam os inícios de relacionamentos amorosos
2- Como atrair parceiros para um relacionamento amoroso
3- Locais e caminhos para iniciar relacionamentos amorosos
4- Como fazer progredir e manter relacionamentos amorosos
OUTRAS INFORMAÇÕES E INSCRIÇÃO:
http://bit.ly/2bSnyEY