domingo, março 26, 2017

Qual é o mistério? Por que você não consegue iniciar relacionamentos?

 Certas pessoas têm muita facilidade para iniciar namoros. Outras têm muita dificuldade. A grande maioria se situa entre esses dois extremos.
Quem tem facilidade, nem pensa nisso. Quem tem dificuldades vive elucubrando sobre os motivos dessa dificuldade.
A identificação errada desses motivos pode dar espaço para o rebaixamento da autoestima. Certas pessoas acabam concluindo que têm algum problema sério neste setor. O rebaixamento na autoestima e as hipóteses explicativas para tal dificuldade podem contaminar outras áreas do autoconceito e afetarem outras áreas da vida. Tais pessoas podem perder a vitalidade, entusiasmo com o trabalho e, até, ficarem deprimidas!
Algumas pessoas que têm dificuldade para se relacionarem amorosamente caem no fatalismo e na autopiedade: “Não é para mim”, “Não tenho jeito”, “É uma injustiça isso que aconteça comigo”. Pensar assim, não contribui para a solução dos problemas e até os agravam.
Os pensamentos sobre a própria incapacidade e a comparação com aqueles que desenvolvem relacionamentos podem instalar a frustração: “Não consegui algo que quase todo mundo consegue: namorar, constituir uma família e ter filhos”.
À medida que os colegas vão namorando, casando e tendo filhos, também vão acontecendo exclusões das pessoas que não desenvolvem esses estágios da vida: programas próprios para casais, segurar vela, festas de crianças, papos sobre casamento e filhos que não dizem respeito aos que não estão nestas condições.
Os preconceitos ajudam a fazer o serviço: “solteirão”, “esquisito” e “problemático” são alguns dos rótulos que os desacompanhados recebem.

Bons remédios para problemas errados

Nada mais fértil para a instalação de temores difusos e teorias conspiratórias do que não saber os motivos das próprias dificuldades.
Os livros de autoajuda, os charlatões e falsos gurus prescrevem remédios que podem até serem bons, mas não para tratar das causas específicas das dificuldades de cada um. A capacidade para fazer diagnóstico e prescrição de tratamento frequentemente não está ao alcance dos curiosos nesta área. Mesmo quando os motivos são mais claros, as maneiras eficientes para lidar com os problemas geralmente não são tão simples. Por exemplo, quando alguma pessoa tem dificuldade séria para se apaixonar e amar, não adianta frequentar locais lotados com possíveis parceiras e usar aplicativos para encontros. Esses recursos ajudam a encontrar parceiras, mas o relacionamento não vai em frente porque tal pessoa não consegue se envolver e, por isso, também não consegue fazer a parceira se envolver.
Se as pessoas são agradáveis, sabem conversar e são atenciosas, elas provavelmente conseguirão fazer boas amizades, mas tais habilidades podem não ser suficientes para estabelecer relacionamentos amorosos. Para desenvolver este tipo de relacionamento são necessários outros requisitos como a capacidade para desenvolver clima romântico e exibir sex appeal.
Recorrer a aplicativos, agências de casamento e fazer cursos sobre paquera podem não ajudar e, infelizmente, podem atrapalhar porque tomam tempo, implicam no dispêndio de energia e desviam a pessoa daquilo que realmente contribuiria para resolver seus problemas.
As facilidades ou dificuldades para iniciar relacionamentos amorosos dependem de diversos fatores. Alguns dos mais importantes deles são os seguintes:
Principais causas das dificuldades para iniciar namoros
  • Dificuldades estatísticas.
Existe abundância de parceiras disponíveis e combatíveis com você na sua faixa etária?
De fato, nem sempre a parceira que prefere você está na sua faixa etária. O mais importante é haver parceiras disponíveis na faixa etária que prefere a sua idade ou que, pelo menos, aceite você.
Depois de certa idade, os parceiros compatíveis não estão mais na mesma faixa etária. Os homens, à medida que vão ficando mais velhos, também vão preferindo mulheres cada vez mais jovens que eles. Elas, em todas as idades, geralmente, preferem homens das suas faixas etárias (um pouco mais jovens, da mesma idade ou um pouco mais velhos).
A dificuldade estatística pode ser enfrentada frequentando locais e atividades onde há concentração de possíveis parceiros. Mesmo havendo mais mulheres do que homens na população, em diversos locais e atividades há mais homens.
  1. Dificuldades situacionais.
Nos locais e atividades que você frequenta existem possíveis parceiras disponíveis e compatíveis com você? Não?
Você lança mão de outras opções para entrar em contato com possíveis parceiras (baladas, aplicativos, etc.?). Não? Então, não será fácil, não.
Os melhores parceiros para os relacionamentos amorosos são os conhecidos e aqueles apresentados por conhecidos em comum.
O difícil aqui é localizar tais locais e atividades propícias e ter recursos (psicológicos e práticos) para passar a frequentá-los
  1. Aplicativos para iniciar relacionamentos amorosos.
Você usa aplicativos para iniciar relacionamentos?
Não? Bela perda de oportunidades.
Os aplicativos apresentam vantagens e desvantagens. Depois de certa idade ou quando existem poucas parceiras disponíveis nas atividades e locais frequentados, os aplicativos são excelentes fontes de contato com novas parceiras.
Muita gente não gosta deles, não se sente confortável para usá-los e teme possíveis danos para a imagem quando outras pessoas ficam sabendo que elas usam.
Os aplicativos são úteis principalmente para aqueles que não têm grandes dificuldades em outras áreas e precisam mesmo é conhecer possíveis parceiras.
  1. Você tem facilidade para mostrar interesse e acolher demonstrações de interesse das parceiras?
Você flerta, declara seus sentimentos, liga e diz que ligou só para ouvir sua voz?
Não? Então, só vai arranjar parceiras advinhas ou ousadas demais!
Muita gente tem medo ou vergonha de mostrar interesse amoroso pela parceira.
Tem medo de estragar o relacionamento que já existe e perder oportunidades futuras.
Tem medo de mostrar interesse e ser rejeitado.
  1. Você tem tempo para o relacionamento?
CONTINUE A LER NO MEU NOVO BLOG:
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sábado, março 18, 2017

Riscos e benefícios dos compartilhamentos de intimidades

 Revelar informações pessoais na forma certa, na dose certa e na circunstância certa é imprescindível para ser bem sucedido nos inícios e nos desenvolvimentos dos relacionamentos.
Revelar de menos faz que os relacionamentos fiquem superficiais e se deteriorem. Revelar demais é inadequado, produz desconfortos, compromete a imagem de quem procede assim e atrapalha o desenvolvimento dos relacionamentos.
Tão importante quanto saber gerenciar autorrevelações é saber acolhê-las. Geralmente é necessário haver alternância entre revelar e acolher revelações do interlocutor.

Questionário

As seguintes perguntas ajudam a refletir sobre a forma como você faz autorrevelações:
- Você revela informações pessoais na dose certa ou revela demais ou de menos?
- Você sabe acolher autorrevelações apresentadas pelos seus interlocutores?
- Você é seletivo em relação às pessoas para quem revela informações pessoais?
- Você é seletivo quanto ao tipo de informação pessoal que revela para cada tipo de pessoa?
- Você é seletivo em relação às circunstâncias nas quais você costuma revelar?

Definições

É importante definir os tipos de revelação, autorrevelação e revelação impessoal.
Revelação
Revelar significa fornecer informação que, presumivelmente, o interlocutor não sabia (pensamentos, emoções, segredos de terceiros, segredos comerciais ou militares, etc.). A palavra “revelação”, portanto, inclui a revelação de todos os tipos de informações.
Autorrevelação
 Autorrevelar é um termo usado para nomear revelações de alguma coisa verdadeira sobre si como, por exemplo, pensamentos, sentimentos, sensações, opiniões, emoções, aspirações, frustrações e acontecimentos importantes que ocorreram ou estão ocorrendo com quem revela. Exemplos de autorrevelações: “Concordo com isso”, “Gostei do que você falou”, “Estou muito triste”, “Estou muito feliz!”.
Revelação impessoal
A locução revelação impessoal é usada para nomear o fornecimento de informações não pessoais, tais como informações sobre acontecimentos e informações técnicas sobre o funcionamento de máquinas.
Este artigo abordará principalmente as autorrevelações

Níveis de intimidade das informações reveladas

Os níveis de intimidade das informações podem ser representados por diversos círculos concêntricos. A área que fica entre os dois círculos mais externos dessa figura representa as informações menos íntimas e a área que fica dentro do círculo mais interno representa as informações mais íntimas. Geralmente as revelações menos íntimas são feitas para quase todos os tipos de interlocutores (por exemplo, temos que revelar as nossas preferências sobre a comida que queremos e sobre o filme que vamos assistir para o garçom do restaurante e para o vendedor de ingressos do cinema, respectivamente). As revelações mais íntimas só acontecem para interlocutores especiais (amigos, familiares, psicólogos) e, mesmo assim, quando as situações são adequadas para essa finalidade. Alguns tipos de informações não são revelados para ninguém, em nenhuma circunstância (são aqueles segredos que “levamos para o túmulo”).

Nível adequado de intimidade das autorrevelações

Qual o tipo e o nível de intimidade da autorrevelação adequado para uma dada conversa? As quatro regras básicas ajudam a escolher o tipo e o nível de intimidade das informações que poderão ou deverão ser reveladas em uma conversa são as seguintes:
1- Usar o tipo e o nível adequado de revelação para cada tipo de relacionamento
Cada tipo de relacionamento (conhecidos, amigos, cônjuges, etc.) permite e exige um determinado tipo e nível de autorrevelação.
2- Fazer revelações do tipo e do nível adequados para o contexto. Por exemplo, é inadequado fazer revelações profundas e graves em uma festa de aniversário.
3- Usar o nível de intimidade das autorrevelações que o interlocutor está fazendo como guia para as próprias autorrevelações.
4- Levar em conta as próprias necessidades de recato e de compartilhamento de informações para calibrar as autorrevelações.

Consequências positivas e negativas das autorrevelações

Vamos examinar aqui os principais benefícios e malefícios das autorrevelações.
Tais benefícios ou malefícios geralmente estão relacionados com os graus de adequações das revelações.

Consequências positivas das autorrevelações adequadas

São inúmeros os benefícios das autorrevelações adequadas. Os principais deles são os seguintes:
  • A autorrevelação é imprescindível para se deixar conhecer e para conhecer outras pessoas.
  • Compartilhar coisas negativas produz alívio. Esse efeito acontece quando essas revelações são bem acolhidas.
  • Aumenta a intimidade entre os interlocutores. A intimidade é a cola dos relacionamentos. Compartilhar informações pessoais é um dos requisitos dos relacionamentos íntimos.
  • Regula o relacionamento. O feedback para a comunicação ajuda o comunicador a tomar ciência dos efeitos que suas comunicações tiveram nos seus interlocutores. Essa ciência permite corrigir e ajustar suas comunicações.
  • Promove a autoimagem. Certas revelações melhoram a imagem projetada para o interlocutor. Isso acontece quando o revelador comunica fatos admiráveis sobre si.
  • Obter ajuda. Revelar necessidades aumenta as chances de obter ajuda do interlocutor.
  • Ajuda a aliviar o sofrimento provocado por eventos doloridos.
  • Melhorar a saúde física e psicológica: quem revela fica menos doente e recupera-se mais rápido de doenças.
  • Estimula a conversa.
Quando a conversa é superficial por hábito (não por medo), é necessário esforçar-se para relatar experiências, opiniões e sentimentos para discutir.
Quando os interlocutores não revelam as suas opiniões pessoais sobre o que está sendo dito, a conversa fica técnica ou cheia de lugares comuns (“em cima do muro”). Revelar um pouco mais do que o usual é energético para si e para o interlocutor.

Consequências negativas das autorrevelações

  • Possível perda poder, prejuízo na imagem pessoal, perda da credibilidade, etc. por revelar informações que danificam a própria imagem aos olhos do interlocutor;
  • Fornecer informações que podem ser usadas contra o revelador. Por exemplo, revelar as ideias para criar um negócio pode favorecer a concorrência que tirará vantagem dessa informação;
  • Piorar o sofrimento. Falar de dor e de doença pode piorar o sofrimento (o relato faz prestar a atenção na fonte do sofrimento e “mexe na ferida”);
  • Dar poder para o receptor da revelação (Exemplo: um conhecido revelou para a esposa que tinha uma amante. A mulher lhe deu ultimato para largá-la e passou a controlá-lo e a restringir suas ações).
  • Pressionar o receptor para assumir encargos. O receptor de certos tipos de revelações pode sentir-se pressionado para assumir encargos porque sente que deve amparar o revelador.
  • Diminuir a autoestima. Revelar informações negativas sobre si pode diminuir a autoestima.
  • Causar constrangimentos pela revelação de coisas que não podem ser compartilhadas (por exemplo, revelar intimidades sexuais pode ser constrangedor para quem revela e para quem recebe a revelação).
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domingo, março 12, 2017

Desapaixonamento: assumir a idealização da pessoa amada esvazia a sua magia

Quando recebo um paciente que foi rejeitado pela amada e, por isso, está sofrendo muito e não há mais esperanças de conquistá-la ou reconquistá-la, tento ajudá-lo a diminuir seu apaixonamento.
Vou descrever neste artigo uma dessas medidas: ajudar o  paciente a assumir que criou boa parte da figura da pessoa amada e das experiências que teve com ela.
Outras medidas são necessárias para produzir o desapaixonamento. Por exemplo, reassumir a vida, melhorar a autoestima, atualizar os planos e iniciar um novo amor (Ver o meu artigo “Como Apressar o Desapaixonamento”: ailtonamelio.blogosfera.uol.com.br/2016/04/16/como-apressar-o-desapaixonamento)

A idealização ajuda a disparar a paixão

Segundo Stendhal, romancista e autor de uma das teorias mais respeitadas sobre o apaixonamento, a paixão só acontece porque há uma boa dose de admiração da parceira. A admiração é, em grande parte, fruto da idealização da parceira. Aquela deusa que o amado vê é, em boa parte, fruto da sua imaginação.
Stendhal usou o nome “cristalização” para se referir ao processo de idealização: observou gravetos que caiam em uma mina de sal na França. Depois de certo tempo, o sal aderia aos gravetos e, assim, eles ficavam parecidos com joias cravejadas de brilhantes. Analogamente, aquelas maravilhas que os amantes sempre veem nas amadas são, em grande parte, apenas gravetos cobertos de cristais de sal.

A idealização faz parte do amor

O amor também acontece porque a pessoa amada é idealizada. Uma pesquisa verificou que as avaliações que a pessoa amada recebe por parte de quem a ama são mais positivas do que aquelas avaliações realizadas pelos amigos dessa mesma pessoa. É importante notar que os amigos já avaliam a pessoa positivamente. Ou seja, o amor produz uma distorção ainda maior do que a amizade em favor da pessoa.

Assumindo o amor, mas não a pessoa amada

Marcel Proust, o grande escritor francês, autor de livros como “Em Busca do Tempo Perdido”, ia mais longe ainda: não gostava que seu amor fosse correspondido. Ele queria apenas sentir os efeitos do amor e, talvez, da rejeição. Tudo isso sem o ônus do relacionamento, que poderia acontecer caso o seu amor fosse correspondido.
Quando se apaixonava e não era correspondido, ele podia curtir todos aqueles sentimentos que ficam presentes quando a paixão acontece. Por exemplo, adorava ficar em frente a casa do amado (ele era homossexual), na chuva, esperando que a cortina da sua janela se abrisse um pouquinho. Podia ser ele olhando para a rua....Que emoção! Apreciava tudo que sentia enquanto esperava!
Era isso que ele apreciava: toda aquela transformação que o amor produz: a transfiguração da realidade, aquela motivação intensa para viver, a intensificação das cores, o céu mais profundo e estrelado, o canto dos pássaros mais melodioso, as músicas de amor mais pungentes...
O fato de não ser correspondido também produz seus efeitos: a esperança contínua de um olhar mais significativo por parte do amado, a busca por um pequeno sinal de aceitação, o tom negro da baixa na autoestima porque não foi correspondido, os pensamentos trabalhando para a conquista...

Assumir totalmente a idealização da parceira e dos acontecimentos amorosos ajuda a desapaixonar

Sabe aquele amiguinho fictício que muitas crianças têm? Aquele amiguinho imaginário ou até mesmo aquele tigre de pelúcia como o do Calvin, das tirinhas dos jornais, que parece muito real e participa muito da sua vida? Pois bem, tomar ciência que a sua imaginação construiu boa parte do que se passou entre você a amada rejeitadora pode ajuda-lo a se libertar do seu amor não correspondido por ela.
Assumir de forma abrangente e intensa que boa parte do apaixonamento é fruto da imaginação do apaixonado e não dos predicados da amada contribui para o desapaixonamento.
Os sentimentos do apaixonado são muito fortes e abrangentes. É difícil combatê-los. Esses sentimentos têm algo de bom: são lembranças maravilhosas. Difícil largar deles. Ao invés de combatê-los por que, então, não agir tal como Proust, ficar com eles e, ao mesmo, tempo desvinculá-los da pessoa amada e das participações que esta teve nas experiências amorosas vividas.
Claro fazer isso, não é tão simples. A ajuda do psicólogo pode ser necessária.

A desvinculação entre as experiências amorosas e a amada produz alívio

Quando a desvinculação entre as lembranças maravilhosas e a pessoa amada já está em estágio avançado, o alívio é muito grande. Para haver desvinculação dever ficar claro que aquela imagem maravilhosa que ele fazia dela e das experiências que teve com ela, foi ele mesmo quem as criou.
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domingo, março 05, 2017

Cenários: você parou no tempo ou é capaz de renovar-se para viver a vida?

Bons tempos aqueles!”
“Você era feliz e não sabia.”
(Ditados apreciados pelos saudosistas que ficaram para trás!)
As crianças são irrequietas, questionadoras, curiosas e vivas. A maioria das pessoas, com o passar dos anos, vai se tornando desvitalizada, descrente, dormente, desiludida e acomodada. Isto sim é se acomodar na vida e envelhecer.
Por que acontecem essas mudanças? Muita gente pensará logo nos hormônios e na maturidade. Claro, esses fatores têm suas influências, mas são apenas parte da resposta.
Creio eu, que boa parte da desvitalizaçao que as pessoas experimentam durante a vida é fruto do bloqueio de suas capacidades para enfrentar novas situações. Esse bloqueio é resultado do aprendizado errôneo sobre suas capacidades para mudarem e para mudar as situações que as aprisionam: durante a vida, elas vão acumulando tranqueiras, que têm medo de perder, e desenvolvendo a crença errônea que podem adquirir segurança através do acúmulo de coisas e da evitação obsessiva da insegurança que é inerente ao viver.

Coisa de louco: novas situações, respostas antigas

Ele tinha feito muito sucesso nos anos 70. Cabelos longos, alto, calça boca de sino, baladeiro, revoltado na escola… As meninas, suspiravam por ele. Namorava várias…
Agora, 2017, ele parecia saído de uma viagem no tempo. Continuava com o mesmo estilo de vestuário, cabelos longos, carro antigo. Não havia concluído o segundo grau, não havia se casado.
Chocava mais do que atraia. Era um verdadeiro dinossauro tentando se dar bem na cidade de São Paulo . As mocinhas que o atraiam ainda tinham a mesma faixa etária daquela época. Agora, ele era o tio esquisito e antiquado, babando pelas menininhas. Cheirava a pedofilia. Ele não se enxergava….
Muita gente é assim. Faz sucesso em uma época e quer manter o sucesso pelo resto da vida usando a mesma fórmula!

Durante nossa vida, os cenários vão mudando e exigindo novos posicionamentos

Durante a vida, e a todo o momento, a nossa situação objetiva muda, o nosso estado de espírito muda, as nossas motivações mudam, as nossas percepções mudam, as nossas condições físicas mudam. Cada um desses cenários oferece dificuldades e oportunidades para serem usufruídas.
Os cenários mudam em diferentes épocas de nossas vidas. Os cenários também mudam na mesma época, dependendo da situação onde estejamos.
Desde que nascemos, os cenários vão mudando: evoluímos desde a extrema dependência de nossos pais até um grande grau de autonomia; desde a época de namoro para a fase do casamento e, cada vez mais, para a fase da separação, do novo namoro e do novo casamento.
As nossas ferramentas físicas, sociais e psicológicas podem ser adequadas ou inadequadas para lidar com cada um desses novos cenários. Por isso, elas têm que serem atualizadas continuamente. Isto sim é estar vivo!
Você está pronto para se renovar e atuar com eficiência em cada um desses cenários, à medida que eles vão aparecendo? Ou você é o tipo que morreu na véspera: agarra-se a certos acontecimentos e papéis e passa (perde) o resto da vida agarrado a eles, enfiando a cabeça em um buraco, como fazem as avestruzes, para evitar os perigos?
Nova situação, novos desafios, nova brisa: renovação!

Recusas para perceber novas situações e reagir à altura

Um estudo inglês verificou que a principal causa das separações de casais é o esvaziamento do relacionamento. O esvaziamento acontece quando um ou ambos os parceiros deixam de ser relevantes ou significativos para o outro. Quando acontece o esvaziamento da relação, só é possível permanecer na companhia da parceira quando há coisas externas para fazer: assistir televisão, visitar locais, ir a shows. Só a sua companhia se tornou monótona e chata. Ela deixou de ser estimulante: perdemos a motivação para conversar, para namorar, para transar.
O principal motivo do esvaziamento é a mesmice. Em todos os setores da vida, deixamos de ser estimulados pelo que é conhecido, invariável e seguro. No relacionamento, essa mesmice acontece tanto porque a parceira que se comporta sempre igual, quanto pelo fato do seu parceiro se recusar a ver o que ela está apresentando de diferente.

Uso exagerado de classificações e protocolos de ações mata o relacionamento

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