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quarta-feira, junho 25, 2025

SISTEMA CONTRATUAL: UMA MANEIRA EFICIENTE DE AJUDAR VOCÊ A ALCANÇAR SEUS OBJETIVOS

 

O sistema contratual é uma ferramenta terapêutica utilizada por muitos psicólogos para ajudar pessoas que apresentam dificuldades de autocontrole e motivação. Ele visa promover comportamentos eficazes voltados para a conquista de metas pessoais.

 

O Que É o Sistema Contratual?

Consiste na assinatura de um contrato no qual a pessoa se compromete a agir (ou deixar de agir) de determinada maneira até uma data específica. Essa estratégia tem sido eficaz em casos como perda de peso, cessação do tabagismo e cumprimento de prazos importantes. (Eu mesmo utilizei esse método para concluir minha tese de doutorado.)

Embora similar aos contratos comerciais, o sistema contratual apresenta particularidades que o tornam especialmente útil para alcançar objetivos pessoais, como iniciar novos hábitos ou eliminar comportamentos indesejáveis.

 

Aplicações Práticas

O sistema contratual pode ser utilizado para:

              Iniciar e manter uma rotina de exercícios físicos.

              Superar a procrastinação em tarefas importantes.

              Trabalhar regularmente em projetos longos, evitando acúmulo de tarefas perto do prazo final.

              Regular horários de sono.

              Parar de fumar.

              Controlar o peso corporal.

              Reduzir compras impulsivas.

              Realizar exames médicos postergados.

Importante: algumas metas exigem acompanhamento profissional, como regimes alimentares (nutricionista) e atividades físicas (educador físico).

 

Exemplos de Aplicação

Exemplo 1: Controle Alimentar e Emagrecimento

Para controlar o peso, o sistema contratual ajuda a estabelecer metas claras e consequências específicas. Quando sinto vontade de comer mais, lembro-me do contrato, da multa prevista em caso de descumprimento e dos benefícios de emagrecer. Essas lembranças reforçam meu autocontrole.

O contrato exige, por exemplo, que eu me pese semanalmente. Isso antecipa as consequências, tornando-as próximas e mais eficazes. Se fossem distantes, eu poderia adiar o controle alimentar, o que frequentemente compromete os resultados.

 

Exemplo 2: A Dissertação de Mestrado de Henrique

Henrique estava com dificuldades para escrever sua dissertação. Distraía-se com pequenas atividades e redes sociais, adiando constantemente o trabalho.

Um colega sugeriu o uso do sistema contratual. Henrique redigiu, com ajuda, um contrato com as seguintes cláusulas:

1.         Meta semanal: seis páginas digitadas (mínimo de 14.000 caracteres).

2.         Conteúdo: tópicos e subtópicos específicos.

3.         Multa: R$ 100,00 por descumprimento (valor significativo para ele).

4.         Fiscal rigoroso: seu colega André, que conferiria a execução.

5.         Depósito antecipado: Henrique entregou um cheque no valor da multa.

6.         Renovação semanal: o contrato podia ser renovado até a conclusão do trabalho.

Após quatro meses e sucessivas renovações, Henrique estava com a dissertação quase concluída, sem ter pagado nenhuma multa.

 

Como Implementar um Sistema Contratual

1.         Escolha um bom fiscal: alguém firme, capaz de verificar o cumprimento e aplicar a sanção.

2.         Formalize por escrito: detalhe a tarefa, critérios de avaliação, prazo e consequência.

3.         Defina duração curta: geralmente uma semana, com possibilidade de renovação.

4.         Facilite o cumprimento: contrate metas modestas, mas relevantes.

5.         Antecipe a penalidade: deposite um valor que será resgatado em caso de descumprimento.

6.         Inclua recompensa: após o cumprimento, a multa é devolvida e o contratante pode se gratificar.

 

Por Que Funciona?

O sistema contratual é eficaz porque:

          Aumenta a motivação.

          Especifica claramente o que se deve (ou não) fazer.

          Divide tarefas grandes em etapas menores.

          Antecipação de consequências que normalmente ocorreriam no futuro.

          Reforça o compromisso com o fiscal e consigo mesmo.

          Promove o “esquentamento” — o início da tarefa ativa novas motivações.

          Gera reforços positivos: sensação de competência, autoestima elevada e progresso visível.

Com o tempo, as consequências naturais tornam-se suficientes: a pessoa percebe os resultados (como perda de peso), recebe elogios e sente-se mais confiante, reduzindo a necessidade do contrato.

 

Quando o Psicólogo É Necessário

Embora eficaz, o sistema contratual pode não ser apropriado para todos. Pode ser contraproducente quando há obstáculos sérios, como um ambiente punitivo ou traços de personalidade que dificultam a ação (timidez extrema, fobia social etc.).

Nesses casos, um psicólogo experiente deve intervir para trabalhar os impedimentos antes de implementar o contrato.

 

Resumo

O sistema contratual é uma ferramenta estruturada que promove o autocontrole. Deve ser formalizado por escrito, com objetivos realistas, penalidades previamente estipuladas e aplicação rigorosa. Oferece uma combinação de reforços externos e internos que favorecem a mudança de comportamento. Com o tempo, os resultados naturais se tornam os principais motivadores.

(Texto editado com o auxílio da ChatGPT)

sexta-feira, junho 20, 2025

Um novo modelo terapêutico: o psicólogo como pesquisador dos fatos que compõem o fenômeno que está afetando o paciente e identificador do modo de funcionamento desse fenômeno.

Neste capítulo, vamos examinar três procedimentos fundamentais para a realização de terapias bem-sucedidas: (1) a inclusão dos fatos relevantes na análise dos acontecimentos; (2) a análise correta do funcionamento desses acontecimentos; e (3) a determinação das medidas eficazes para alcançar os objetivos terapêuticos.

Nos capítulos seguintes, serão abordados procedimentos voltados para a identificação dos fatos relevantes relacionados ao fenômeno que está afetando o paciente, bem como técnicas para analisar esses fatos e compreender seu modo de funcionamento. Um dos capítulos tratará da técnica do reexame, que é útil para identificar tanto fatos objetivos quanto conteúdos internos do paciente que integram o fenômeno em análise. Outro capítulo apresentará um método fenomenológico altamente eficiente para acessar os aspectos internos e externos que compõem esse mesmo fenômeno.

Tomada de conhecimentos dos fatos relevantes e a análise do funcionamento dos desses fatos nos fenômenos que estão afetando o paciente

Um grande serviço que o psicólogo pode prestar ao paciente é ajudá-lo a recuperar os fatos relevantes que determinam o acontecimento que o está afetando e a analisar o funcionamento desses fatos nesse acontecimento

O psicólogo também avalia como o paciente está sendo afetado psicologicamente pelas suas percepções desses fatos.

Quando o paciente não leva esses fatos em consideração e não realiza uma boa análise do seu funcionamento, sua percepção e suas conclusões tendem a ser imprecisas ou distorcidas, comprometendo seus sentimentos e as soluções que tenta aplicar para resolver seus problemas.

O próprio psicólogo pode atuar ativamente na identificação desses fatos e na compreensão da forma como eles funciona. Esse trabalho é realizado com a cooperação do paciente.

 Quando o psicólogo realiza uma análise competente, baseada em fatos objetivos e na vivência subjetiva do paciente em relação ao acontecimento, este, ao tomar conhecimento dos resultados, se depara com um novo cenário — construído a partir dessa análise.

Ao ser exposto a esse novo cenário, o paciente reage a ele, o que pode modificar positivamente seus pensamentos, sentimentos, propósitos, motivações, objetivos e estratégias para lidar com o problema.

Em seguida, o psicólogo ajuda o paciente a identificar quais caminhos seriam mais saudáveis e eficazes para atuar nesse novo cenário e atingir seus objetivos. As chances de o paciente agir de forma mais adequada tornam-se maiores do que antes, pois suas decisões passam a se basear em uma compreensão mais próxima da realidade do que aquela que possuía anteriormente.

Com esse processo, aumentam significativamente as chances de o paciente adotar soluções mais adequadas e congruentes com a realidade que ele agora percebe de forma mais clara, integrada e construtiva.

(Texto editado com a ajuda do Chat GPT)

segunda-feira, junho 09, 2025

Exemplo de Uso da Escuta Fenomenológica em Terapia

 

P – Paciente T – Terapeuta

(Atendimento e nome fictícios)



T – Olá, Antônio. Como vai? Sobre o que você gostaria de falar hoje?

P – Eu gostaria de abordar a minha dificuldade para montar um curso sobre comunicação voltado para executivos, tímidos, solitários e terapeutas.

T – Entendo. Conte um pouco mais sobre isso.

P – Eu tenho conhecimentos técnicos sobre inteligência artificial (IA). Já dei aulas nessa área e escrevi um livro sobre o tema. Agora, gostaria de levar esse conhecimento a pessoas para quem a comunicação é uma ferramenta central. Todo mundo está usando a IA, mas para alguns ela é essencial no exercício profissional.

Além dos conhecimentos e da prática como professor, eu também tenho textos escritos e uma boa noção do que é necessário para melhorar a capacidade de usar a IA, no dia a dia. Apesar disso tudo, eu não estou conseguindo colocar em prática — estou há bastante tempo ensaiando montar um curso, produzir textos, fazer lives — mas não avanço.

T – Se entendi bem, você já tem experiência, já escreveu um livro, tem uma ideia clara do público que pode se beneficiar, mas, apesar disso, há bastante tempo vem planejando sem colocar em prática. É isso?

P – Isso mesmo. Eu sempre estudo mais um pouco, leio mais um pouco e acabo me interessando por outros temas, me dispersando. Depois volto à ideia. Além de tudo, acredito que o curso poderia ajudar muita gente e até ser uma fonte de renda. Eu poderia trabalhar profissionalmente com isso — ajudando pessoas a aperfeiçoarem sua capacidade para fazer uso da IA Mas, por algum motivo, eu não passo à prática.

T – Vamos explorar isso com calma. Você tem qualificações que poderiam ajudar muitas pessoas e gerar uma fonte de renda. Eu gostaria que falasse mais sobre o que acontece quando você se aproxima da prática: o que você percebe, sente ou pensa? O que ocorre nesse momento? Pense nisso e vá me contando como essa experiência se apresenta para você.

P – Em primeiro lugar, eu tenho mais interesse em pesquisar do que em lecionar. Gosto de dar aulas, mas meu verdadeiro entusiasmo é pela pesquisa. Outro obstáculo é a necessidade de divulgar o curso — existe o risco de demorar para aparecerem interessados. Se eu tivesse certeza de que montaria o curso, divulgaria e que haveria público, tudo estaria resolvido. Claro que certeza nunca se tem, mas acho muito frustrante investir energia num projeto útil e depois precisar trabalhar duro para captar alunos. Acho que esse é o principal obstáculo: a frustração com o processo de divulgação. Para mim, é um desperdício de tempo investir tanto em marketing, quando poderia estar pesquisando, descobrindo coisas fascinantes — algo que adoro fazer. Então, além da insegurança sobre a resposta do público, sinto que dedicar tempo a divulgar e captar interessados é um grande entrave para mim.

T – Deixe-me ver se compreendi: se houvesse certeza de que o curso seria bem-sucedido e atrairia participantes, você seguiria em frente. Porém, a necessidade de investir tempo e energia em divulgação, em atividades que você considera desinteressantes — e que tomariam o tempo das suas pesquisas, que você valoriza tanto — é o que pesa mais para você. É isso?

P – Sim, é isso mesmo. Você resumiu bem o que está acontecendo comigo. Claro que, refletindo melhor, percebo que talvez eu possa remodelar minha relação com essas dificuldades. Talvez começar a colocar isso em prática não seja tão ruim ou pesado quanto imagino. Talvez até goste de algumas dessas atividades, se conseguir vê-las como mais um campo de aprendizado, algo a ser explorado e pesquisado. O que acontece é que até agora eu não vinha examinando esse obstáculo de verdade. Eu não estava tomando iniciativas para lidar com ele — deixei-o estruturado, fixo, como uma barreira intransponível. Provavelmente existe muita ficção nesse obstáculo. Preciso trabalhar nisso. Se eu não mexer, esse bloqueio continuará intacto, e eu não vou conseguir avançar.

Comentários sobre a aplicação do método

Mantém o espírito fenomenológico: o terapeuta escuta sem interpretar, sem diagnosticar, deixando que o fenômeno vá emergindo a partir do relato do paciente.

Condução por descrições e não por explicações: o terapeuta convida o paciente a descrever o que sente e percebe, sem rotular ou propor causas.

Espelhamento e resumo sem julgamento: o terapeuta repete ou reformula brevemente o que entendeu, apenas para manter o foco na experiência, sem adicionar conteúdos.

Abertura para o reexame espontâneo: o paciente, sentindo-se acolhido, aprofunda a autoexploração e chega a novas percepções por si mesmo.

Respeito ao tempo do paciente: o terapeuta dá espaço e respeita o ritmo do relato.

(Texto revisado com a ajuda do Chat GPT)

domingo, junho 08, 2025

A Escuta Fenomenológica e a Produção de Mudança Terapêutica

 

A Escuta Fenomenológica e a Produção de Mudança Terapêutica

1. O que é ouvir de modo fenomenológico?

Ouvir fenomenologicamente é adotar uma atitude de suspensão dos julgamentos prévios (epoché), oferecendo ao paciente um espaço no qual sua experiência possa emergir como ela é, livre de interpretações, diagnósticos ou tentativas de correção.

O terapeuta fenomenológico orienta-se por um desejo genuíno de compreender o fenômeno vivido pelo paciente:

Ele não julga, não interpreta, não corrige.

Evita interrupções desnecessárias, mas pergunta cuidadosamente quando necessário para manter-se em contato com a experiência relatada.

Assume uma postura de escuta plena e autêntica, renunciando à postura de "especialista" que detém o saber.

Essa escuta se orienta pelo princípio de acolher o fenômeno tal como ele se apresenta na vivência subjetiva (Lebenswelt) do paciente.

2. A atitude fenomenológica do terapeuta

O terapeuta fenomenológico:

Suspende interpretações e julgamentos (prática da epoché).

Prioriza a descrição detalhada da experiência, incentivando o paciente a apresentar o vivido sem a preocupação de justificá-lo ou interpretá-lo.

Mantém o protagonismo com o paciente, intervindo apenas de maneira breve e secundária, quando necessário para a continuidade do relato.

Reflete a experiência, oferecendo reações congruentes — sorrisos, expressões de surpresa ou pesar — que funcionam como espelhos empáticos, sem adicionar novos significados.

Parafraseia e resume periodicamente, não como forma de corrigir, mas para verificar a compreensão e manter a abertura para o fenômeno.

O terapeuta não apressa o relato nem conduz o paciente a um objetivo pré-determinado. Demonstra interesse genuíno, tempo disponível e uma disposição para acompanhar a emergência da experiência.

3. Efeitos dessa escuta sobre o paciente

Diante de uma escuta assim:

O paciente sente-se encorajado a explorar suas vivências de modo mais profundo.

Percebe que não possui uma narrativa pronta — precisa pensar enquanto fala, encontrar palavras, articular significados.

O processo de relato o leva a um reexame de suas experiências, promovendo uma clarificação progressiva do vivido.

Gradualmente, vem à consciência aquilo que antes permanecia implícito: sentimentos, resistências, contradições, percepções distorcidas.

Esse movimento ocorre porque toda consciência é intencional — ela é sempre consciência de algo. O relato fenomenológico permite que o paciente perceba melhor os objetos de sua experiência e os sentidos que atribui a eles.

4. O papel das intervenções fenomenológicas

Quando há pontos de obscuridade ou desconexão no relato, o terapeuta:

Solicita esclarecimentos respeitosos, mantendo a suspensão do juízo:

"Este ponto ficou pouco claro para mim, poderia explorar um pouco mais?"

"Aqui parece haver uma desconexão; você poderia me ajudar a compreender melhor?"

Essas intervenções:

Não corrigem nem contestam.

Funcionam como convite para que o paciente explore aspectos que permaneciam inexplorados, aprofundando sua compreensão intencional.

5. Benefícios terapêuticos da escuta fenomenológica

Essa forma de escuta:

Amplia a percepção da realidade vivida pelo paciente.

Favorece o reconhecimento das distorções perceptivas e dos mecanismos defensivos que sustentam posicionamentos evitativos ou ilusórios.

Estimula a autoconfrontação, promovendo uma maior sinceridade consigo mesmo.

Fortalece posicionamentos autênticos e realistas, facilitando uma mudança espontânea e genuína.

A escuta fenomenológica é, assim, terapêutica em si mesma: não ensina ou corrige, mas abre espaço para que o paciente se veja e se compreenda em profundidade, conduzindo-o a um encontro mais lúcido com sua própria existência.

(Este texto foi editado com a ajuda do ChatGPT)