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segunda-feira, junho 09, 2025

Exemplo de Uso da Escuta Fenomenológica em Terapia

 

P – Paciente T – Terapeuta

(Atendimento e nome fictícios)



T – Olá, Antônio. Como vai? Sobre o que você gostaria de falar hoje?

P – Eu gostaria de abordar a minha dificuldade para montar um curso sobre comunicação voltado para executivos, tímidos, solitários e terapeutas.

T – Entendo. Conte um pouco mais sobre isso.

P – Eu tenho conhecimentos técnicos sobre inteligência artificial (IA). Já dei aulas nessa área e escrevi um livro sobre o tema. Agora, gostaria de levar esse conhecimento a pessoas para quem a comunicação é uma ferramenta central. Todo mundo está usando a IA, mas para alguns ela é essencial no exercício profissional.

Além dos conhecimentos e da prática como professor, eu também tenho textos escritos e uma boa noção do que é necessário para melhorar a capacidade de usar a IA, no dia a dia. Apesar disso tudo, eu não estou conseguindo colocar em prática — estou há bastante tempo ensaiando montar um curso, produzir textos, fazer lives — mas não avanço.

T – Se entendi bem, você já tem experiência, já escreveu um livro, tem uma ideia clara do público que pode se beneficiar, mas, apesar disso, há bastante tempo vem planejando sem colocar em prática. É isso?

P – Isso mesmo. Eu sempre estudo mais um pouco, leio mais um pouco e acabo me interessando por outros temas, me dispersando. Depois volto à ideia. Além de tudo, acredito que o curso poderia ajudar muita gente e até ser uma fonte de renda. Eu poderia trabalhar profissionalmente com isso — ajudando pessoas a aperfeiçoarem sua capacidade para fazer uso da IA Mas, por algum motivo, eu não passo à prática.

T – Vamos explorar isso com calma. Você tem qualificações que poderiam ajudar muitas pessoas e gerar uma fonte de renda. Eu gostaria que falasse mais sobre o que acontece quando você se aproxima da prática: o que você percebe, sente ou pensa? O que ocorre nesse momento? Pense nisso e vá me contando como essa experiência se apresenta para você.

P – Em primeiro lugar, eu tenho mais interesse em pesquisar do que em lecionar. Gosto de dar aulas, mas meu verdadeiro entusiasmo é pela pesquisa. Outro obstáculo é a necessidade de divulgar o curso — existe o risco de demorar para aparecerem interessados. Se eu tivesse certeza de que montaria o curso, divulgaria e que haveria público, tudo estaria resolvido. Claro que certeza nunca se tem, mas acho muito frustrante investir energia num projeto útil e depois precisar trabalhar duro para captar alunos. Acho que esse é o principal obstáculo: a frustração com o processo de divulgação. Para mim, é um desperdício de tempo investir tanto em marketing, quando poderia estar pesquisando, descobrindo coisas fascinantes — algo que adoro fazer. Então, além da insegurança sobre a resposta do público, sinto que dedicar tempo a divulgar e captar interessados é um grande entrave para mim.

T – Deixe-me ver se compreendi: se houvesse certeza de que o curso seria bem-sucedido e atrairia participantes, você seguiria em frente. Porém, a necessidade de investir tempo e energia em divulgação, em atividades que você considera desinteressantes — e que tomariam o tempo das suas pesquisas, que você valoriza tanto — é o que pesa mais para você. É isso?

P – Sim, é isso mesmo. Você resumiu bem o que está acontecendo comigo. Claro que, refletindo melhor, percebo que talvez eu possa remodelar minha relação com essas dificuldades. Talvez começar a colocar isso em prática não seja tão ruim ou pesado quanto imagino. Talvez até goste de algumas dessas atividades, se conseguir vê-las como mais um campo de aprendizado, algo a ser explorado e pesquisado. O que acontece é que até agora eu não vinha examinando esse obstáculo de verdade. Eu não estava tomando iniciativas para lidar com ele — deixei-o estruturado, fixo, como uma barreira intransponível. Provavelmente existe muita ficção nesse obstáculo. Preciso trabalhar nisso. Se eu não mexer, esse bloqueio continuará intacto, e eu não vou conseguir avançar.

Comentários sobre a aplicação do método

Mantém o espírito fenomenológico: o terapeuta escuta sem interpretar, sem diagnosticar, deixando que o fenômeno vá emergindo a partir do relato do paciente.

Condução por descrições e não por explicações: o terapeuta convida o paciente a descrever o que sente e percebe, sem rotular ou propor causas.

Espelhamento e resumo sem julgamento: o terapeuta repete ou reformula brevemente o que entendeu, apenas para manter o foco na experiência, sem adicionar conteúdos.

Abertura para o reexame espontâneo: o paciente, sentindo-se acolhido, aprofunda a autoexploração e chega a novas percepções por si mesmo.

Respeito ao tempo do paciente: o terapeuta dá espaço e respeita o ritmo do relato.

(Texto revisado com a ajuda do Chat GPT)

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