Notícias interessantes

sábado, março 18, 2017

Riscos e benefícios dos compartilhamentos de intimidades

 Revelar informações pessoais na forma certa, na dose certa e na circunstância certa é imprescindível para ser bem sucedido nos inícios e nos desenvolvimentos dos relacionamentos.
Revelar de menos faz que os relacionamentos fiquem superficiais e se deteriorem. Revelar demais é inadequado, produz desconfortos, compromete a imagem de quem procede assim e atrapalha o desenvolvimento dos relacionamentos.
Tão importante quanto saber gerenciar autorrevelações é saber acolhê-las. Geralmente é necessário haver alternância entre revelar e acolher revelações do interlocutor.

Questionário

As seguintes perguntas ajudam a refletir sobre a forma como você faz autorrevelações:
- Você revela informações pessoais na dose certa ou revela demais ou de menos?
- Você sabe acolher autorrevelações apresentadas pelos seus interlocutores?
- Você é seletivo em relação às pessoas para quem revela informações pessoais?
- Você é seletivo quanto ao tipo de informação pessoal que revela para cada tipo de pessoa?
- Você é seletivo em relação às circunstâncias nas quais você costuma revelar?

Definições

É importante definir os tipos de revelação, autorrevelação e revelação impessoal.
Revelação
Revelar significa fornecer informação que, presumivelmente, o interlocutor não sabia (pensamentos, emoções, segredos de terceiros, segredos comerciais ou militares, etc.). A palavra “revelação”, portanto, inclui a revelação de todos os tipos de informações.
Autorrevelação
 Autorrevelar é um termo usado para nomear revelações de alguma coisa verdadeira sobre si como, por exemplo, pensamentos, sentimentos, sensações, opiniões, emoções, aspirações, frustrações e acontecimentos importantes que ocorreram ou estão ocorrendo com quem revela. Exemplos de autorrevelações: “Concordo com isso”, “Gostei do que você falou”, “Estou muito triste”, “Estou muito feliz!”.
Revelação impessoal
A locução revelação impessoal é usada para nomear o fornecimento de informações não pessoais, tais como informações sobre acontecimentos e informações técnicas sobre o funcionamento de máquinas.
Este artigo abordará principalmente as autorrevelações

Níveis de intimidade das informações reveladas

Os níveis de intimidade das informações podem ser representados por diversos círculos concêntricos. A área que fica entre os dois círculos mais externos dessa figura representa as informações menos íntimas e a área que fica dentro do círculo mais interno representa as informações mais íntimas. Geralmente as revelações menos íntimas são feitas para quase todos os tipos de interlocutores (por exemplo, temos que revelar as nossas preferências sobre a comida que queremos e sobre o filme que vamos assistir para o garçom do restaurante e para o vendedor de ingressos do cinema, respectivamente). As revelações mais íntimas só acontecem para interlocutores especiais (amigos, familiares, psicólogos) e, mesmo assim, quando as situações são adequadas para essa finalidade. Alguns tipos de informações não são revelados para ninguém, em nenhuma circunstância (são aqueles segredos que “levamos para o túmulo”).

Nível adequado de intimidade das autorrevelações

Qual o tipo e o nível de intimidade da autorrevelação adequado para uma dada conversa? As quatro regras básicas ajudam a escolher o tipo e o nível de intimidade das informações que poderão ou deverão ser reveladas em uma conversa são as seguintes:
1- Usar o tipo e o nível adequado de revelação para cada tipo de relacionamento
Cada tipo de relacionamento (conhecidos, amigos, cônjuges, etc.) permite e exige um determinado tipo e nível de autorrevelação.
2- Fazer revelações do tipo e do nível adequados para o contexto. Por exemplo, é inadequado fazer revelações profundas e graves em uma festa de aniversário.
3- Usar o nível de intimidade das autorrevelações que o interlocutor está fazendo como guia para as próprias autorrevelações.
4- Levar em conta as próprias necessidades de recato e de compartilhamento de informações para calibrar as autorrevelações.

Consequências positivas e negativas das autorrevelações

Vamos examinar aqui os principais benefícios e malefícios das autorrevelações.
Tais benefícios ou malefícios geralmente estão relacionados com os graus de adequações das revelações.

Consequências positivas das autorrevelações adequadas

São inúmeros os benefícios das autorrevelações adequadas. Os principais deles são os seguintes:
  • A autorrevelação é imprescindível para se deixar conhecer e para conhecer outras pessoas.
  • Compartilhar coisas negativas produz alívio. Esse efeito acontece quando essas revelações são bem acolhidas.
  • Aumenta a intimidade entre os interlocutores. A intimidade é a cola dos relacionamentos. Compartilhar informações pessoais é um dos requisitos dos relacionamentos íntimos.
  • Regula o relacionamento. O feedback para a comunicação ajuda o comunicador a tomar ciência dos efeitos que suas comunicações tiveram nos seus interlocutores. Essa ciência permite corrigir e ajustar suas comunicações.
  • Promove a autoimagem. Certas revelações melhoram a imagem projetada para o interlocutor. Isso acontece quando o revelador comunica fatos admiráveis sobre si.
  • Obter ajuda. Revelar necessidades aumenta as chances de obter ajuda do interlocutor.
  • Ajuda a aliviar o sofrimento provocado por eventos doloridos.
  • Melhorar a saúde física e psicológica: quem revela fica menos doente e recupera-se mais rápido de doenças.
  • Estimula a conversa.
Quando a conversa é superficial por hábito (não por medo), é necessário esforçar-se para relatar experiências, opiniões e sentimentos para discutir.
Quando os interlocutores não revelam as suas opiniões pessoais sobre o que está sendo dito, a conversa fica técnica ou cheia de lugares comuns (“em cima do muro”). Revelar um pouco mais do que o usual é energético para si e para o interlocutor.

Consequências negativas das autorrevelações

  • Possível perda poder, prejuízo na imagem pessoal, perda da credibilidade, etc. por revelar informações que danificam a própria imagem aos olhos do interlocutor;
  • Fornecer informações que podem ser usadas contra o revelador. Por exemplo, revelar as ideias para criar um negócio pode favorecer a concorrência que tirará vantagem dessa informação;
  • Piorar o sofrimento. Falar de dor e de doença pode piorar o sofrimento (o relato faz prestar a atenção na fonte do sofrimento e “mexe na ferida”);
  • Dar poder para o receptor da revelação (Exemplo: um conhecido revelou para a esposa que tinha uma amante. A mulher lhe deu ultimato para largá-la e passou a controlá-lo e a restringir suas ações).
  • Pressionar o receptor para assumir encargos. O receptor de certos tipos de revelações pode sentir-se pressionado para assumir encargos porque sente que deve amparar o revelador.
  • Diminuir a autoestima. Revelar informações negativas sobre si pode diminuir a autoestima.
  • Causar constrangimentos pela revelação de coisas que não podem ser compartilhadas (por exemplo, revelar intimidades sexuais pode ser constrangedor para quem revela e para quem recebe a revelação).
CONTINUE A LER NO MEU NOVO BLOG:
http://ailtonamelio.blogosfera.uol.com.br/2017/03/18/os-beneficios-e-os-riscos-dos-compartilhamentos-de-intimidades/

Nenhum comentário:

Postar um comentário