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"Quando é melhor ser irrealista do que realista perante a vida"
“Eu possa me dizer do amor (que tive): /Que não seja imortal, posto que é chama/ Mas que seja infinito enquanto dure.” (Vinícius de Moraes, Soneto de Fidelidade).
“Que seja infinito enquanto dure.” Nesta frase, o Poeta afirma que vale a pena viver o amor como se ele durasse eternamente.
Os “realistas”, ao contrário do que o Poeta propõe, estragam o imenso prazer de viver plenamente tudo que o amor oferece no presente porque não conseguem esquecer que boa parte da magia que ele produz é causada pela idealização do parceiro e que tudo isso vai passar.
Vou defender neste artigo que vale a pena viver irrealisticamente em vários setores de nossas vidas.
Benefícios do irrealismo
Os ganhos do irrealismo são bem maiores do que seus custos em várias áreas de nossas vidas. Por exemplo, vale a pena viver acreditando que somos mais importantes para os outros do que realmente somos, que vamos viver para sempre, que não teremos doenças graves, que aquelas pessoas que gostamos são melhores do que as que não gostamos.
Outro exemplo: em certas áreas sociais, as avaliações dos méritos e deméritos pessoais são muito subjetivas e, por isso, as pessoas tendem a aceitar aquilo que cada um acha dele próprio. Nessas áreas, as pessoas confiantes impressionam muito mais que as inseguras e conseguem melhores resultados.
Até que ponto vale a pena estragar o presente para prevenir problemas futuros?
Corre por ai, uma charge que mostra uma pessoa bastante depauperada (de pijama, doente, tomando oxigênio, etc.) dizendo algo assim: “Agora vou começar a aproveitar todo o dinheiro que economizei a vida toda para me preparar para a velhice”!
O realismo psicológico sobre o futuro pode desmotivar o presente
Uma pessoa “realista” sabe que, depois de certa idade, vai começar a perder, gradualmente, muitas capacidades orgânicas e psicológicas e que será acometida por doenças próprias da idade. Aquelas pessoas que mantêm isso em suas mentes se tornam menos otimistas e correm o risco de estragar aqueles anos nos quais ainda estão funcionando perfeitamente. Ou seja, problemas futuros estram seus presentes.
Uma maneira de não estragar o presente é negar que o futuro será ruim
Um dos motivos que levam pessoa que têm sérios problemas de saúde a se comportar “irresponsavelmente” é que essa forma de agir garante alguma qualidade de vida no presente. Por exemplo, certas pessoas imediatamente depois do diagnóstico de um problema grave de saúde levam um susto e passam a agir de modo a reverter ou não agravar o problema. Pouco tempo depois, voltam aos maus hábitos e passam a agir como se não tivessem nada: voltam a comer errado, fumar, deixam de praticar exercícios. Ou seja, elas voltam a agir como se cressem, irrealisticamente, que não têm aquele problema.
Quando a autopercepção otimista é benéfica
Vejamos alguns exemplos que ilustram a afirmação acima.
Uma percepção otimista de nossa capacidade para um empreendimento incentiva para que tentemos um pouco mais do que faríamos se realistas ou pessimistas. Esse esforço adicional aumenta as chances de sucesso
Quem tem boa autoestima é ligeiramente otimista sobre os próprios méritos.
As pessoas com baixa autoestima são pessimistas ou realistas sobre os próprios méritos.
Quem tem boa autoestima se casa com parceiros mais qualificados.
Um estudo mostrou que pessoas com melhores autoestimas tinham parceiros amorosos mais qualificados do que pessoas assemelhadas que tinham piores autoestimas.
A visão otimista sobre a superioridade do relacionamento amoroso contribui para a sua manutenção
CONTINUE A LER NO MEU BLOG:
ailtonamelio.blog.uol.com.br
"Quando é melhor ser irrealista do que realista perante a vida"
“Eu possa me dizer do amor (que tive): /Que não seja imortal, posto que é chama/ Mas que seja infinito enquanto dure.” (Vinícius de Moraes, Soneto de Fidelidade).
“Que seja infinito enquanto dure.” Nesta frase, o Poeta afirma que vale a pena viver o amor como se ele durasse eternamente.
Os “realistas”, ao contrário do que o Poeta propõe, estragam o imenso prazer de viver plenamente tudo que o amor oferece no presente porque não conseguem esquecer que boa parte da magia que ele produz é causada pela idealização do parceiro e que tudo isso vai passar.
Vou defender neste artigo que vale a pena viver irrealisticamente em vários setores de nossas vidas.
Benefícios do irrealismo
Os ganhos do irrealismo são bem maiores do que seus custos em várias áreas de nossas vidas. Por exemplo, vale a pena viver acreditando que somos mais importantes para os outros do que realmente somos, que vamos viver para sempre, que não teremos doenças graves, que aquelas pessoas que gostamos são melhores do que as que não gostamos.
Outro exemplo: em certas áreas sociais, as avaliações dos méritos e deméritos pessoais são muito subjetivas e, por isso, as pessoas tendem a aceitar aquilo que cada um acha dele próprio. Nessas áreas, as pessoas confiantes impressionam muito mais que as inseguras e conseguem melhores resultados.
Até que ponto vale a pena estragar o presente para prevenir problemas futuros?
Corre por ai, uma charge que mostra uma pessoa bastante depauperada (de pijama, doente, tomando oxigênio, etc.) dizendo algo assim: “Agora vou começar a aproveitar todo o dinheiro que economizei a vida toda para me preparar para a velhice”!
O realismo psicológico sobre o futuro pode desmotivar o presente
Uma pessoa “realista” sabe que, depois de certa idade, vai começar a perder, gradualmente, muitas capacidades orgânicas e psicológicas e que será acometida por doenças próprias da idade. Aquelas pessoas que mantêm isso em suas mentes se tornam menos otimistas e correm o risco de estragar aqueles anos nos quais ainda estão funcionando perfeitamente. Ou seja, problemas futuros estram seus presentes.
Uma maneira de não estragar o presente é negar que o futuro será ruim
Um dos motivos que levam pessoa que têm sérios problemas de saúde a se comportar “irresponsavelmente” é que essa forma de agir garante alguma qualidade de vida no presente. Por exemplo, certas pessoas imediatamente depois do diagnóstico de um problema grave de saúde levam um susto e passam a agir de modo a reverter ou não agravar o problema. Pouco tempo depois, voltam aos maus hábitos e passam a agir como se não tivessem nada: voltam a comer errado, fumar, deixam de praticar exercícios. Ou seja, elas voltam a agir como se cressem, irrealisticamente, que não têm aquele problema.
Quando a autopercepção otimista é benéfica
Vejamos alguns exemplos que ilustram a afirmação acima.
Uma percepção otimista de nossa capacidade para um empreendimento incentiva para que tentemos um pouco mais do que faríamos se realistas ou pessimistas. Esse esforço adicional aumenta as chances de sucesso
Quem tem boa autoestima é ligeiramente otimista sobre os próprios méritos.
As pessoas com baixa autoestima são pessimistas ou realistas sobre os próprios méritos.
Quem tem boa autoestima se casa com parceiros mais qualificados.
Um estudo mostrou que pessoas com melhores autoestimas tinham parceiros amorosos mais qualificados do que pessoas assemelhadas que tinham piores autoestimas.
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