sábado, junho 11, 2016

O seu relacionamento acaba porque você pressiona demais seu parceiro?

O seu relacionamento acaba porque você pressiona demais seu parceiro?

Mário e Andrea se conheceram através de um aplicativo. Logo no primeiro encontro, ambos sentiram boa dose de atração mútua. Três encontros depois, Mário já estava bastante envolvido com Andrea. Ele era desse jeito: quando uma mulher o atraia, envolvia-se rapidamente. Dai para frente, ele não sentia interesse por mais ninguém: passava a pensar só nela e a querer a presença dela em todos os eventos e momentos disponíveis.
Andrea era diferente: demorava mais tempo para se envolver amorosamente. Depois que se envolvia, ainda assim, não ficava totalmente absorvida pelos seus sentimentos. Continuava tendo muitos outros interesses que não requeriam a presença do amado. Aliás, ela achava melhor que cada um mantivesse seu próprio círculo de relacionamento e que ambos desenvolvessem várias atividades em separado.
Mário sofria. Andrea tinha muitos interesses, muitos amigos e menos necessidade de estar com ele do que vice-versa. 
O relacionamento começou a apresentar problemas porque Mario passou a pressionar Andrea para fazer tudo com ele: queria encontrá-la mais vezes, nem pensava em fazer qualquer outro programa nos seus momentos livres que não incluísse Andrea.

Definições personalizadas da natureza dos relacionamentos

Acredito que podemos nos relacionar com quase todo mundo, caso tenhamos condições para aceitar o tipo de relacionamento que a outra pessoa quer e pode nos oferecer. Por exemplo, poderíamos nos encontrar eventualmente, de forma muito agradável, com certas pessoas, ter um caso com outras, ter um romance platônico com outras, ser amigo de outras, ter encontros esporádicos com outras só quando ambas estivessem com vontade….
O espaço que dispomos para cada pessoa é delimitado: até onde queremos ir, que tipo de compromisso queremos assumir, que frequência de encontros gostaríamos de ter, que direitos e obrigações são confortáveis para nós…
Esse espaço disponível para a outra pessoa pode ser móvel e evoluir ou involuir: pode ser ampliado ou restrito, mudar de qualidade, etc.
Muitos relacionamentos não se estabelecem, não são mantidos e não evoluem porque as partes querem coisas que a outra não pode, não quer ou teme oferecer naquela circunstância.
Podemos nos relacionar com muitas pessoas, se aceitarmos e se for aceitável para nós e para elas o tipo de relacionamento que é possível na ocasião.

Complicação

A complicação surge quando uma pessoa quer mais da outra ou quer algo diferente daquilo que a outra esta está disponível, pode ou quer oferecer no momento ou definitivamente.
A complicação é ainda maior quando aquilo que as pessoas querem é algo complexo e envolve sentimentos poderosos. Por exemplo, a primeira pessoa se envolveu com alguém que só quer com ela algo leve e não exclusivo. Ai fica difícil para a primeira pessoa se conter e aguardar o envolvimento da segunda. 
Complica ainda mais quando o tempo necessário para o envolvimento da segunda pessoa é diferente o tempo da primeira pessoa. A segunda até poderia chegar lá, mas não tão rápido assim. A primeira pessoa acaba impossibilitando a convergência para a intersecção porque aperta segunda! A segunda “espana”!
Esse fenômeno ocorre, por exemplo, quando uma pessoa tem o estilo erótico de amar e segunda, um estilo estórgico ou pragmático (Veja as descrições desses estilos de amor no meu artigo ”Qual é o seu estilo de amor” , postado no meu blog anterior, www.ailtonamelio.blog.uol.com.br, em 03/01/2013). Neste caso, a primeira pessoa é muito mais rápida no envolvimento do que segunda. 
Claro, existem recursos que a primeira pessoa pode lançar mão para calibrar o seu envolvimento e amainar suas demandas. Por exemplo, a primeira pessoa procura se envolver com mais alguém em paralelo. Outro recurso: a primeira pessoa pode usar técnicas de desapaixonamento para diminuir temporariamente a intensidade do seu envolvimento com a segunda pessoa!

Poucas categorias para enquadrar disposições variadas e complexas

Na nossa sociedade, não há muita flexibilidade nas definições dos relacionamentos amorosos: tendemos a classificá-los e, após a classificação, passamos a exigir que eles se enquadrem na categoria que aplicamos a ele. 
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