sábado, janeiro 17, 2015

Medidas para abreviar e atenuar o sofrimento após uma separação

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"MEDIDAS PARA ABREVIAR E ATENUAR O SOFRIMENTO APÓS UMA SEPARAÇÃO"

Há bastante tempo, venho desenvolvendo técnicas terapêuticas para diminuir o sofrimento e abreviar o tempo de recuperação daqueles que sofrem por amor não correspondido ou que romperam um relacionamento amoroso.

Recentemente foi publicada uma pesquisa que fornece evidências experimentais que confirmam que o sofrimento provocado pelo rompimento de relacionamentos amorosos pode ser atenuado e abreviado. Esses efeitos foram observados quando jovens adultos que estavam sofrendo os efeitos do rompimento participaram de atividades que os ajudam a separar suas identidades das identidades dos ex-parceiros e das identidades que estavam vinculadas ao relacionamento que terminou.

Neste artigo vou resumir os achados desta pesquisa e enumerar algumas outras medidas que uso no meu consultório para ajudar a diminuir e a abreviar o  sofrimento causado pelo rompimento.

EVIDÊNCIAS EXPERIMENTAIS QUE INDICAM QUE O SOFRIMENTO PODE SER ATENUADO E ABREVIADO
A reformulação do autoconceito ajuda a recuperação
Dois pesquisadores americanos, Grace M. Larson (Department of Psychology, Northwestern University) e David A. Sbarra (Department of Psychology, University of Arizona) publicaram recentemente um artigo que fornece evidências de que o sofrimento causado pela separação amorosa pode ser atenuado e abreviado pelo tratamento psicológico. (veja a citação desta publicação na Nota, no final deste artigo).

Nesta pesquisa, 210 jovens adultos que haviam terminado recentemente seus relacionamentos amorosos foram separadas em dois grupos. Os participantes de um desses grupos (120 jovens) foram submetidos a quatro sessões de testes e entrevistas psicológicas intensivas com o objetivo de avaliar quão bem estavam se recuperando de suas separações. Essas quatro sessões foram realizadas dentro do tempo de 9 semanas.

Os participantes do outro grupo (90 jovens) foram submetidos a apenas dois testes para verificar quanto haviam se recuperado da separação durante essas nove semanas. Esses dois testes foram realizados nas mesmas épocas que também foram aplicados no primeiro grupo (início e final das nove semanas).

 Os resultados dessa pesquisa mostraram que houve um grau maior de recuperação no grupo que passou pelas medidas e entrevistas intensivas do que no grupo que foi submetido apenas aos testes iniciais e finais: os participantes do grupo submetido às entrevistas intensivas relataram mais decréscimo nos distúrbios psicológicos intrusões emocionais, solidão e uso de palavras na primeira pessoa do plural (“nós”) quando descreviam a separação do que aqueles relatados pelos participantes do grupo que foram submetidos apenas ao teste inicial e ao teste final.

Esses autores atribuem a maior dose da recuperação dos problemas psicológicos observada no grupo submetido a testes e a entrevistas intensivas ao fato dos participantes desse grupo terem falado sobre o rompimento do relacionamento: falar sobre o rompimento e sobre os efeitos que esse rompimento estava produzindo nos entrevistados ajudava a reorganizar o autoconceito e a separá-lo do autoconceito desenvolvido em função do relacionamento e do ex-parceiro.


OUTRAS MEDIDAS PARA ATENUAR E ABREVIAR O SOFRIMENTO PRODUZIDO PELO ROMPIMENTO PSICOLÓGICO
O rompimento de relacionamentos amorosos bem estabelecidos provoca sofrimento intenso e duradouro (Existem estimativas de que, em média, leva cerca de três anos para que os separados se desfaçam de suas identidades de casados e recuperem suas identidades de solteiros). Esse sofrimento acontece porque as uniões amorosas bem estabelecidas são alicerçadas na intimidade, no amor, no compromisso e na fusão de diversos aspectos da vida psicológica, social e prática dos envolvidos.

Por exemplo, nos relacionamentos bem estabelecidos, os parceiros integraram seus planos para a vida, passaram a contar com a companhia mútua para o lazer, unificaram boa parte de suas identidades (“Deixamos de sermos eu e tu e nos tornamos “nós”“.), constituíram uma unidade social e econômica, são os principais parceiros sexuais, tornaram-se uma unidade reprodutiva, etc.

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