domingo, novembro 29, 2015

Contatos físicos: motivos para tocar e ser tocado

Contatos físicos: motivos para tocar e ser tocado

O contato físico tem efeitos poderosos e fáceis de constatar. Ele é capaz de provocar fortes reações positivas e negativas. As interpretações e as reações ao contato físico são extremamente dependentes de outros fatores tais como: a natureza do toque, área do corpo tocada, duração do toque, frequência do toque, contexto do toque (circunstâncias onde o toque aconteceu), quem toca e quem é tocado (sexo de quem é tocado e de quem toca, natureza do relacionamento entre quem toca e quem é tocado, em tipo e estágio do desenvolvimento do relacionamento).
É provável que existam propensões inatas que ajudam a determinar os efeitos de boa dos contatos físicos. Por exemplo, os contatos físicos sexuais tem forte impacto em quase todas as culturas. Uma das coisas que distingue as culturas é a quantidade de toques. Em todas estranhas se tocam menos do que conhecidos, casais em início de relacionamento se tocam mais do que pessoas não relacionadas; todas as crianças precisam de contato físico para ter um desenvolvimento psicológico saudável.
O contato físico pode ter efeitos negativos muito fortes. Para lembrar-se disso, basta imaginar como você sentiria caso fosse tocado de uma forma íntima, sem nenhuma justificativa, por estranhos.  Caso você seja uma mulher e o estranho seja um homem, estes efeitos serão ainda mais poderosos. O contato físico pode ter um forte      impacto mesmo ele que tenha sido não intencional ou acidental.
FUNÇÕES DOS CONTATOS FÍSICOS
A classificação dos contatos físicos apresentada aqui é baseada no livro Comunicação Não-verbal na Interação, de Humana Mark L. Knapp e Judith A. Hall, Editora Jsn, 1999.
1- Contato físico expressivo
Quando as pessoas estão sentindo fortes emoções (alegria, tristeza, medo, etc.) ou afetos (pesar, amor, romantismo, ternura, comoção, etc.) é mais provável que elas toquem os seus interlocutores ou sejam tocadas por eles.
Exemplos:
- Abraçar o parceiro em um momento de grande alegria ou tristeza.
- Começar a tocar o parceiro em várias partes do corpo durante um envolvimento sexual
- Fazer um carinho no parceiro quando este se faz de criancinha ou de coitadinho.
- Tocar o parceiro quando este está passando por um momento difícil.
2- Contato físico como marcador da fala.
Este tipo de contato é usado pelo falante para pontuar, enfatizar/desenfatizar ou demonstrar o que está dizendo.
- Pontuar o que está dizendo. Por exemplo, o falante “batuca” com os dedos sobre uma mão do ouvinte, seguindo o ritmo do que está dizendo.  Outro exemplo: o falante toca a mão do ouvinte, de tal forma que estes toques ocorram naqueles momentos da sua da fala nos quais, na linguagem escrita, seriam utilizadas as vírgulas, os pontos finais ou as exclamações.
- Enfatizar/desenfatizar o que está sendo dito. Por exemplo, o falante segura um braço do ouvinte. A pressão da sua mão neste braço varia de acordo com a ênfase que ele dá ao que ele está dizendo: esta pressão é maior quando a fala se torna mais enfática e menor quando ela se torna menos enfática.
- Toque demonstrativo. Por exemplo, o falante diz “Ela me pegou assim no braço” e, ao mesmo tempo em que diz isso, pega no braço do ouvinte para demonstrar como foi pego.
3- Contato físico como regulador do fluxo da conversa
Este tipo de toque pode ser executado tanto pelo falante como pelo ouvinte. A sua função é solicitar a atenção ou negar a palavra, quando executado pelo falante, e solicitar palavra ou manter o falante falando, quando executado pelo ouvinte.
Exemplos
- Solicitar a atenção. Pedro queria que André prestasse toda a atenção no que ele ia dizer. Este, no entanto, estava olhando para uma moça bonita na mesa ao lado. Pedro pegou no braço de André e disse: “Presta atenção no que eu vou te dizer”. Este tipo de contato é muito eficiente para obter a atenção de alguém.
- Negar a palavra. Uma pessoa está com a palavra. Uma segunda pessoa começa a falar ao mesmo tempo que ela. A primeira pessoa não quer ceder a palavra. Para reforçar esta negação, segura no braço da segunda, a encara, e continua a falar. A segunda pessoa silencia e ouve o que está sendo dito.
- Manter a outra pessoa falando. Maria está falando algo muito difícil. André, seu marido, segura firmemente a sua mão para que ela se sinta apoiada e continue a falar. Este gesto funciona como se o marido dissesse firmemente: “Força, continue!! Você tem todo o meu apoio!! Estou com você!!”.

sábado, novembro 21, 2015

Quando é melhor ser irrealista do que realista perante a vida

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"Quando é melhor ser irrealista do que realista perante a vida"

“Eu possa me dizer do amor (que tive): /Que não seja imortal, posto que é chama/ Mas que seja infinito enquanto dure.” (Vinícius de Moraes, Soneto de Fidelidade).

“Que seja infinito enquanto dure.” Nesta frase, o Poeta afirma que vale a pena viver o amor como se ele durasse eternamente.
Os “realistas”, ao contrário do que o Poeta propõe, estragam o imenso prazer de viver plenamente tudo que o amor oferece no presente porque não conseguem esquecer que boa parte da magia que ele produz é causada pela idealização do parceiro e que tudo isso vai passar.
Vou defender neste artigo que vale a pena viver irrealisticamente em vários setores de nossas vidas.

Benefícios do irrealismo
Os ganhos do irrealismo são bem maiores do que seus custos em várias áreas de nossas vidas. Por exemplo, vale a pena viver acreditando que somos mais importantes para os outros do que realmente somos, que vamos viver para sempre, que não teremos doenças graves, que aquelas pessoas que gostamos são melhores do que as que não gostamos.
Outro exemplo: em certas áreas sociais, as avaliações dos méritos e deméritos pessoais são muito subjetivas e, por isso, as pessoas tendem a aceitar aquilo que cada um acha dele próprio. Nessas áreas, as pessoas confiantes impressionam muito mais que as inseguras e conseguem melhores resultados.

Até que ponto vale a pena estragar o presente para prevenir problemas futuros?
Corre por ai, uma charge que mostra uma pessoa bastante depauperada (de pijama, doente, tomando oxigênio, etc.) dizendo algo assim: “Agora vou começar a aproveitar todo o dinheiro que economizei a vida toda para me preparar para a velhice”!

O realismo psicológico sobre o futuro pode desmotivar o presente
Uma pessoa “realista” sabe que, depois de certa idade, vai começar a perder, gradualmente, muitas capacidades orgânicas e psicológicas e que será acometida por doenças próprias da idade. Aquelas pessoas que mantêm isso em suas mentes se tornam menos otimistas e correm o risco de estragar aqueles anos nos quais ainda estão funcionando perfeitamente. Ou seja, problemas futuros estram seus presentes.

Uma maneira de não estragar o presente é negar que o futuro será ruim
Um dos motivos que levam pessoa que têm sérios problemas de saúde a se comportar “irresponsavelmente” é que essa forma de agir garante alguma qualidade de vida no presente. Por exemplo, certas pessoas imediatamente depois do diagnóstico de um problema grave de saúde levam um susto e passam a agir de modo a reverter ou não agravar o problema. Pouco tempo depois, voltam aos maus hábitos e passam a agir como se não tivessem nada: voltam a comer errado, fumar, deixam de praticar exercícios. Ou seja, elas voltam a agir como se cressem, irrealisticamente, que não têm aquele problema.

Quando a autopercepção otimista é benéfica
Vejamos alguns exemplos que ilustram a afirmação acima.
Uma percepção otimista de nossa capacidade para um empreendimento incentiva para que tentemos um pouco mais do que faríamos se realistas ou pessimistas. Esse esforço adicional aumenta as chances de sucesso

Quem tem boa autoestima é ligeiramente otimista sobre os próprios méritos.
As pessoas com baixa autoestima são pessimistas ou realistas sobre os próprios méritos.

Quem tem boa autoestima se casa com parceiros mais qualificados.
Um estudo mostrou que pessoas com melhores autoestimas tinham parceiros amorosos mais qualificados do que pessoas assemelhadas que tinham piores autoestimas.

A visão otimista sobre a superioridade do relacionamento amoroso contribui para a sua manutenção

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domingo, novembro 15, 2015

A importância do comprometimento para o sucesso do relacionamento amoroso

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"A importância do comprometimento para o sucesso do relacionamento amoroso"

O pleno comprometimento com o parceiro é um dos pilares do relacionamento amoroso. Sem que esse pilar esteja sólido, o relacionamento fica instável, permanece superficial e tem alta chance de terminar.
Como podemos aprofundar e manter o relacionamento com uma pessoa quando não sabemos por quanto tempo ela estará conosco, quão extenso e profundo são os seus compromissos conosco e quanto ela vai cuidar para que esse relacionamento tenha boa qualidade?
Uma vez que nos comprometamos, as consequências desse compromisso nos motivam para que cuidemos do relacionamento: “Já que entramos na canoa, temos que fazer o possível para que ela não afunde e navegue bem”. A pessoa com quem nos comprometemos também fica mais segura e motivada para se comprometer conosco.

Dimensões do comprometimento

O comprometimento tem pelo menos duas dimensões importantes:
1- Comprometimento para permanecer no relacionamento e evitar situações que possam colocar em risco essa permanência. Por exemplo, evitar colocar-se em situações que aumentem a chance de traição.
2- Comprometimento para cuidar do relacionamento e do parceiro. Para que o relacionamento dure, é necessário que ele tenha boa qualidade: os parceiros devem cuidar dele no dia a dia. Essa dimensão é muito importante. Muitas pessoas acham, equivocadamente, que para se comprometer basta não trair e não tomar iniciativas de terminar o relacionamento.
Segundo Robert J. Sternberg, autor de a Teoria Triangular do Amor (veja o meu artigo, publicado neste blog em 23/10/2014, sobre essa teoria: “Quanto de intimidade, paixão e compromisso existe entre você e seu parceiro amoroso?”) a “decisão/comprometimento” pode ser identificada pelas seguintes questões:
1- Você espera que o compromisso com o parceiro dure pelo resto da vida?
2- Quão determinada você está em se esforçar para manter esse compromisso?
3- Quão certo você está do seu amor pelo parceiro?
4- Você não consegue se imaginar fora deste relacionamento?
5- Você evita situações que poderiam por em risco o compromisso com seu parceiro?
6- Você imagina que o seu compromisso com o seu parceiro é tão forte que resistiria a grandes provas?

Sinais de evitação do comprometimento

Você está evitando estabelecer ou aumentar o grau de compromisso com o parceiro quando:
1- Você evita apresentar o parceiro para seus colegas, conhecidos e parentes. Por exemplo, você não o convida para festas da sua escola ou para conhecer o seu local de trabalho.
2- Você evita fazer planos com ele sobre a evolução do relacionamento. Por exemplo, você evita fantasiar junto com o parceiro como será a vida quando morarem juntos, casarem ou tiverem filhos.
3- Você evita expandir o relacionamento. Por exxemplo, você evita dormir na casa do parceiro ou vê-lo informalmente toda vez que surge uma oportunidade.
4- Você frequentemente ameaça ou tenta terminar o relacionamento.
5- Você mantém o relacionamento restrito a certos setores. Por exemplo, evita compartilhar com o parceiro seus planos profissionais.
6- Nas redes sociais, você evita assumir o parceiro ou mostrar que está comprometido com ele. Por exemplo, não muda o seu status no Facebook e evita postar fotos onde vocês dois apareçam de forma comprometedora (de mãos dadas, abraçados ou beijando, por exemplo).


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domingo, novembro 08, 2015

Espaço pessoal: distâncias ao redor do corpo durante interações sociais

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"Espaço pessoal: distâncias ao redor do corpo durante interações sociais"

 Eduard E. Hall, autor do livro “Dimensão Oculta”, identificou quatro faixas de distâncias entre as pessoas que estão associadas a efeitos psicológicos diferenciados. Tais distâncias são assumidas em certos tipos de relacionamentos e atividades e assumi-las aumenta as probabilidades que tais tipos de relacionamentos e atividades aconteçam.
Estes quatro tipos de distâncias interpessoais formam quatro espécies de territórios portáteis. Quanto maior a distância entre duas pessoas, menores são os efeitos de suas presenças: menor o envolvimento emocional entre elas e mais os seus relacionamentos ficam parecidos com aqueles dispensados a um objeto. Por exemplo, já ouvi dizer que em um fuzilamento é menos penoso atirar naquele que vai ser fuzilado quando este se encontra bem longe do que quando ele está mais próximo dos fuziladores. Outro exemplo, uma declaração de amor apresentada a longa distância parece bem mais fria do que a curta distância. A afirmação: “Você está tão distante de mim” tanto pode se aplicar à distância física como a psicológica entre duas pessoas.

Formatos das distâncias interpessoais
A distância pessoal é uma espécie de bolha de formato irregular ao redor de nosso corpo. Esta bolha ocupa um espaço maior na frente do corpo do que nas suas laterais e nas costas. Também é maior na região próxima ao rosto do que na região próxima de nossos pés: quando estamos frente a frente com uma pessoa, nossos pés podem ficar mais próximos dos seus pés, do que os nossos olhos dos seus olhos. Geralmente nos incomoda mais quando um desconhecido fica a uma pequena distância a nossa frente, do que quando ele está ao nosso lado. Nos cinemas, por exemplo, não nos incomodamos muito em sentar ao lado de um desconhecido, principalmente quando o cinema está cheio. No entanto, esta mesma distância seria muito mais incômoda se estivéssemos frente a frente com este mesmo desconhecido.
Em seguida, apresentaremos medidas das distâncias entre duas pessoas que estão frente a frente

Medidas das distâncias interpessoais
Hall mediu estas quatro distâncias em duplas de americanos brancos, de classe média, que estavam em pé e frente a frente entre si (orientações frontais). Cada uma destas distâncias foi subdividida por este autor em “longe” e “perto”. Estas variações dentro de cada um dos quatro tipos de distância podem ter profundos impactos no relacionamento. Por exemplo, um negócio conduzido a uma distância social próxima pode ter um caráter mais pessoal do que quando é conduzido à distância social longe. As distâncias médias observadas nestas circunstâncias foram as seguintes:

Distância íntima
Variava entre 0 e 50cm (fase próxima: 0 a 15 cm; fase afastada: 15 a 50cm).
Esta distância é utilizada durante os relacionamentos íntimos, sejam eles positivos (por exemplo, namorar ou confortar uma pessoa) ou negativos (por exemplo, briga física).

Distância pessoal
Variava entre 50 e 120cm (fase próxima: 50 a 80cm; fase afastada 80 a 120cm).
Na fase próxima desta distância uma pessoa pode segurar e agarrar a outra. A fase afastada vai de um ponto imediatamente além do qual uma pessoa pode tocar a outra com facilidade até um ponto onde as duas poderão tocar as extremidades dos dedos da outra, se ambas estenderem os seus braços.
Esta distância pode ser vista como uma espécie de bolha protetora, de formato irregular, que separa sistematicamente os animais não contato. Esta distância é usada para conversar informalmente.

Distância social consultiva
Variava entre 120 e 350 cm (fase próxima: 120 a 210 cm; fase afastada: 210 a 350 cm).
Esta distância é utilizada por pessoas que se conhecem e que estão trabalhando juntas ou por pessoas que estão tratando de negócios.

Distância pública
Variava entre (fase próxima: 350 e 750 cm;  fase afastada: 750 cm ou mais)
Esta é a distância que é mantida em torno de pessoas públicas importantes. Também é usada por palestrantes.

Podemos assumir vários tipos de distância dependendo da atividade
Tanto a natureza da tarefa que está sendo executada influencia a distância pessoal como, vice-versa, a distância pessoal influencia o desempenho da tarefa. É interessante notar que o tipo de atividade que vai ser desenvolvida em um dado momento faz com que as pessoas assumam automaticamente aquela distância mais apropriada para dentre estes quatro tipos de distância. Por exemplo, os membros de um casal amoroso aumentam a distância entre si quando tratam de negócios e a diminuem a distância quando conversam romanticamente. O inverso também é verdadeiro: quanto uma pessoa se coloca a certa distância em relação ao seu interlocutor, esta distância vai ajudar a determinar o tipo de interação que vai ser desenvolvida entre eles. Por exemplo, se uma mulher bonita ficar muito próxima de um homem isto aumenta as chances de que eles comecem a pensar em relacionamento amoroso e que este tema seja abordado nas suas conversas e ações.
Muitas vezes a distância interpessoal tem mais efeito que o conteúdo daquilo que está sendo dito. Por exemplo, quando um homem e uma mulher sentem atração mútua e estão conversando sobre um tema neutro como, por exemplo, sobre a chuva que está caindo, a distância entre seus corpos pode fazer com que a conversa que estão desenvolvendo adquira uma conotação romântica ou sexual (nesta distância uma pessoa sente o calor do corpo do outra, sente seu cheiro e suas vozes se tornam mais sussurradas).

A distância que uma pessoa fica da outra afeta o tipo de relacionamento que vai acontecer entre elas e vice-versa.

Influência recíproca entre a distância e tipo de intimidade

Vamos ver alguns exemplos que ilustram bem esta mão dupla de influências ente à distância e o tipo de atividade que está sendo desenvolvida.

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domingo, novembro 01, 2015

A importância da beleza para a escolha do parceiro amoroso

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"A importância da beleza para a escolha do parceiro amoroso"

A importância da beleza para a escolha do parceiro amoroso
A beleza tem mais importância nos inícios do que durante os relacionamentos amorosos. Ela, no entanto, é sempre importante.
Outros fatores, geralmente, são mais importantes do que a beleza para fins da escolha de um cônjuge.
A importância da beleza varia. Ela, por exemplo, é mais importante para aqueles que têm um estilo de amor erótico do que para aqueles que têm certos outros estilos de amor.
Este é o tema que vamos abordar neste artigo.

A beleza é muito importante para os eróticos
            A beleza sem dúvida é um atributo valioso. Em igualdade de condições, sempre preferimos o mais bonito dentre dois possíveis parceiros amorosos. No entanto, como tudo na vida, o grau de importância atribuído à beleza varia muito de uma pessoa para outra.
Quando se trata de um relacionamento amoroso, a beleza física é muito importante para um grande número de pessoas. Segundo John Alan Lee as pessoas que são do estilo de amor Eros dão grande importância para a aparência e sabem especificar uma enormidade de detalhes que esperam encontrar na pessoa que capaz de inspirar amor (cor de cabelos, tipo físico, cor de olhos, etc.).
Os eróticos (leia mais sobre este e outros estilos de amor no artigo “Estilo de Amor”, que publiquei neste blog em 20/08/2010) valorizam muito a aparência na hora de escolher um parceiro. Geralmente, os eróticos têm uma ideia muito precisa dos detalhes da aparência que apreciam em um parceiro.
Os eróticos têm um “mapa mental” muito bem delineado do parceiro ideal. Uma erótica que entrevistei fez as seguintes declarações:
Já me apaixonei duas vezes à primeira vista. Eu não conhecia estas duas pessoas antes do momento que me apaixonei por elas. Uma delas, eu nunca tinha visto antes. Em poucos segundos eu já estava apaixonada. Quando sabia saia para o pátio da escola onde a pessoa poderia estar, as minhas pernas tremiam, o meu estômago enjoava e doía e eu perdia a capacidade para me comportar inteligentemente. Quando vim a conhecê-la, constatei que ela era muito problemática, muito complicada. O nosso relacionamento amoroso durou pouco tempo. Mesmo depois que o relacionamento terminou, eu continuei apaixonada por ela durante quase um ano. Embora agora eu não pense nela todos os dias, os meus sentimentos por ela ainda são reativados quando a vejo.
Outro exemplo
Certa vez, durante um congresso de psicologia, eu estava com um amigo em uma mesa de um bar. Em outra mesa próxima estava um grupo de congressistas de outro estado. Neste grupo estava uma das moças mais bonitas do congresso. Só para fazer uma ideia da beleza desta moça, basta dizer que ela era facilmente relembrada por vários homens que participaram deste congresso. Bastava dizer “você notou uma loirinha linda do Rio Grande do Sul que participou do congresso?” Os homens imediatamente se punham a descrever detalhes a seu respeito que facilmente permitiam identificar que estávamos falando da mesma pessoa.
Pois bem, ao ver que meu amigo estava observando esta linda moça, iniciei com ele o seguinte diálogo:
- Pelo visto você já notou a loirinha ali da mesa
- Claro! Quem ainda não a notou?
- Interessante, não, o poder da beleza de uma mulher. No entanto, quem vê uma mulher tão bonita assim não consegue prever se ela é boa companheira, se é confiável, se é boa de cama, etc. etc.
O meu colega ficou um tempo pensativo e respondeu:
- Tudo o que você falou é verdade. Mas eu ficaria com esta loirinha mesmo sem nenhuma destas qualidades que você mencionou!
Para aqueles que têm outros estilos de amor, a aparência pesa bem menos. Os estórgicos, por exemplo, dão mais valor para a compatibilidade, capacidade de entrosamento e o sentimento de amizade com o parceiro do que para a sua aparência. Só após este sentimento de amizade ter se desenvolvido é que o amor pode nascer para aqueles que têm esse estilo. Os pragmáticos, por sua vez dão muito importância para as características do parceiro que possam ter consequências práticas nas suas vidas, do que a beleza.
Os eróticos geralmente afirmam que quando não sentem esta atração pelo parceiro logo de cara é muito improvável que venham a se apaixonar por ele posteriormente.
Os eróticos não são impressionados apenas pela beleza. Eles, de fato, são impressionados por um conjunto que envolve beleza física e um padrão de comportamentos. Um deles declarou que também adorou “um jeito de olhar”, a postura sonhadora, um jeito de sorrir, a atitude decidida, a maneira de falar com os amigos do parceiro por quem se apaixonou.

A beleza é mais importante nos primeiros encontros do que durante o relacionamento
A beleza é muito importante para chamar a atenção, principalmente nos primeiros encontros, quando ainda não são conhecidas muitas informações sobre a pessoa. A importância da beleza, em relação a outros tipos de informações, foi estudada por pesquisadores americanos através de uma pesquisa denominada "baile pelo computador". Tratava-se de um baile realizado em uma universidade no qual, segundo informações divulgadas para os possíveis participantes, os pares seriam formados por um computador programado para escolher parceiros com o maior grau de afinidade possível ente si. Antes do baile, os experimentadores obtiveram várias informações sobre os estudantes e avaliaram secretamente os seus graus de atratividades (observadores avaliaram secretamente a atratividade de cada estudante no momento da sua inscrição para o baile).
As informações pessoais fornecidas pelos estudantes não foram levadas em conta na hora de formar os pares. Os pares foram formados através de sorteios, com exceção da altura dos membros de cada par (os homens deviam ser mais altos do que as mulheres).
Durante o baile, os pesquisadores pediram as opiniões dos participantes sobre os seus pares e perguntavam se eles pretendiam se encontrar novamente com eles em outra ocasião.
Os resultados desta pesquisa mostraram que o determinante mais importante da satisfação com o par e da intenção de encontrar-se com ele novamente não era a sua personalidade, a sua inteligência ou as notas escolares, mas sim a sua atração física.
É claro que estes outros fatores vão adquirindo mais importância à medida que o par vai convivendo. No entanto, este conhecimento mais aprofundado, muitas vezes só é possível entre pessoas que se sentiram atraídas inicialmente e que, por isso, passaram a se encontrar.
A beleza é valiosa em qualquer época do relacionamento
Certas pessoas adquirem obras de arte apenas para poder tê-las ao alcance da vista. Muita gente adora ouvir música. Outros gostam de apreciar paisagens. Ora, existem aqueles que apreciam, acima de tudo, a beleza do parceiro. Estes, mais ainda do que os aficionados por outros tipos de atrações, estão dispostos a fazerem loucuras para terem acesso contínuo a beleza de um lindo parceiro (a).

Outros atributos podem ser mais importantes do que a beleza
A beleza pode pesar bastante na escolha de um parceiro quando outros requisitos mínimos já foram preenchidos. Quando esses requisitos mínimos foram preenchidos, a beleza pode despertar a admiração e atração, o que, para Stendhal, é um requisito para o nascimento do amor.

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