sábado, julho 25, 2015

Identifique a sua história de amor predileta

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"IDENTIFIQUE A SUA HISTÓRIA DE AMOR PREDILETA"

Uma das mais interessantes teorias sobre o amor é a de Money (1986 – a bibliografia citada aqui é fornecida no artigo original cujo link é fornecido na Nota, no final deste artigo ). Esta teoria propõe que aquilo que desperta a sexualidade e o que leva o ser humano a escolher um(a) parceiro(a) em detrimento de outro(a) é uma espécie de mapa amoroso inconsciente. Tais mapas seriam desenvolvidos por todas as pessoas entre os cinco e os oito anos de idade e determinam os contornos da imagem do parceiro ideal. Segundo esta teoria, a relação afetiva seria iniciada quando uma pessoa encontra alguém que se encaixe nos parâmetros pré-definidos pelo seu mapa amoroso.

Outra teoria que também propõe a existência de “mapas amorosos” é a “histórias de amor”, de Robert J. Sternberg (1996 e 1998) - professor de Psicologia da Universidade de Yale. Esta teoria interpreta o amor como uma história. Resumidamente, ela propõe que as experiências afetivas, que ocorrem desde o nascimento, fazem com que as pessoas desenvolvam histórias que as ajudam a identificar a quando o amor está ocorrendo, determinam o modo como o amor nasce e como ele se desenvolve.

Nestas histórias, os amantes têm características específicas e desempenham papéis bem definidos e complementares, tal como acontece em uma peça de teatro. O grau de complementaridade destes papéis é um dos principais determinantes do sucesso da relação. Este conjunto de características constitui uma espécie de roteiro amoroso.

Esta teoria é muito útil para entender a grande diversidade de fatores que são responsáveis pelo nascimento do amor e como diferentes tipos de relacionamentos amorosos podem produzir uniões que dão certo ou fracassam. No entanto, não basta identificar qual a história de amor que melhor descreve um relacionamento entre duas pessoas. Muitas vezes, as histórias de amor que elas estão vivendo não correspondem à história de amor que cada uma delas mais se identifica (aquela que retrata melhor como cada uma é) e, também, estes dois tipos de história podem não coincidir com aquelas histórias que elas mais gostariam de viver. Fazendo uma analogia, uma pessoa pode não estar profissionalmente realizada se está trabalhando como empacotador (história que está vivendo), mas acha que tem vocação para a pintura (história que melhor se identifica), mas gostaria de ser uma escritora (história que mais gostaria de viver). Da mesma forma, as coincidências ou discrepâncias entre estes três tipos de histórias podem ter sérias implicações para suas satisfações e duração do relacionamento amoroso entre elas. Estes tipos de história constituem uma espécie de gabarito para avaliar os méritos e deméritos de um relacionamento amoroso que está ocorrendo (Buunk e Rusbult, 1993)

         

Amostras das histórias de amor

Uma amostra das 24 histórias de amor identificadas por Sternberg é fornecida abaixo. Para você fazer uma ideia da história de amor que mais descreve a sua história ideal, pense no quanto você gostaria de viver o tipo de amor apresentado em cada uma das vinte e quatro descrições apresentadas abaixo. (O teste completo é apresentado no meu artigo cujo link é fornecido na Nota, no final deste artigo).

Quanto você se identifica com cada uma das histórias abaixo?

De uma nota entre zero e cem para o seu grau de identificação com cada uma das seguintes histórias (0 - “Não me identifico nada com esta história” e 100 -“Identifico-me completamente com esta história”).

____1. Vício: relacionamento intenso com sentimentos de ansiedade provocada pelo medo de perder o parceiro e desejo de ficar o mais possível agarrado a ele.

____2. Arte: existe forte atração física, com muita importância atribuída à aparência do parceiro, que deve sempre parecer bem.
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sábado, julho 18, 2015

O que acontece quando você entra em contato físico com outra pessoa?

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" O que acontece quando você entre em contato físico com outra pessoa?"

O contato físico entre as pessoas tem diversos significados e efeitos profundos. Neste artigo vamos examinar alguns desses significados e efeitos.
O contato físico tem efeitos poderosos e fáceis de constatar. O contato é capaz de provocar fortes reações positivas e negativas. Para constatar isso, basta imaginar como você sentiria caso fosse tocado de uma forma íntima, sem nenhuma justificativa, por estranhos. O contato físico pode ter um forte impacto mesmo que tenha acontecido de forma não intencional ou acidental.

 Interpretação dos motivos dos contatos físicos
Os efeitos dos contatos físicos dependem em grande parte da interpretação dos seus motivos. Dependendo das justificativas, um mesmo ato pode ser extremamente traumático ou pode ser relativamente inócuo, mesmo que aconteça em uma região muito íntima, como é o caso, por exemplo, do exame ginecológico. Esta relatividade dos impactos deste tipo de contato pode ser resumida pela frase: “Mais importante do que o fato é a sua versão”.
As interpretações e as reações ao contato físico são extremamente dependentes de outros fatores tais como: a natureza do toque, área do corpo tocada, duração do toque, frequência do toque, contexto do toque (circunstâncias nas quais o toque aconteceu), quem toca e quem é tocado (sexo de quem é tocado e sexo de quem toca, natureza do relacionamento entre quem toca e quem é tocado, tipo e estágio do desenvolvimento do relacionamento).
As culturas possuem estatutos que padronizam a forma de interpretar muitos tipos de contatos físicos e suas circunstâncias. A cultura e a história pessoal podem alterar, até certo ponto, os significados, os usos e os efeitos destes contatos.
É provável que existam propensões inatas que ajudam a determinar os efeitos de boa parte dos contatos físicos. Por exemplo, os contatos físicos sexuais têm forte impacto em quase todas as culturas. Em todas elas estranhos se tocam menos do que conhecidos, casais em início de relacionamento se tocam mais do que pessoas não relacionadas; todas as crianças precisam de contato físico para apresentar um desenvolvimento psicológico saudável.

Tipos de contato físico
Existem muitas formas de realizar contatos físicos. As principais são as seguintes: apertar as mãos, abraçar, beijar, carícias, palmadas, lamber, segurar, guiar, bofetadas, murros, beliscões, sacudir, enlaçar, pontapés, catar, espremer (espinhas, cravos, etc.). Desmond Morris (1977) identificou os seguintes tipos de contato físico:
Tipos de contato físico
1- Aperto de mão, 2- Orientar o caminho tocando alguma parte do corpo, 3- Tapinha, 4- Dar o braço, 5- Abraçar o ombro, 6- Abraço completo, 7- Dar as mãos, 8- Abraço pela cintura, 9- Beijo, 10- Mão na cabeça, 11- Carícia, 12- Cabeça com cabeça, 13- Apoio corporal, 14- Ataque provocativo.
Este autor denominou estes contatos físicos como “signos de ligação” porque eles assinalariam a existência de algum tipo de relacionamento entre os dois participantes.
Cada um destes tipos de contato físico admite uma série de variantes. Por exemplo, um aperto de mão pode ser forte, demorado, sacudir muitas vezes a mão enquanto cumprimenta, apertar firmemente, usar uma ou as duas mãos, usar a outra mão para segurar o antebraço do companheiro, etc. Cada uma destas variações tem um significado especial. Em geral, quanto mais o contato discrepa daquilo que seria esperado para as circunstâncias, maior o seu significado. Quando maior o contato (mais intenso, mais demorado, mais partes do corpo são envolvidas, etc.), mais positiva é a mensagem.

Dimensões para avaliar os contatos físicos
Segundo Heslin (1974), os contatos podem variar desde gestos muito impessoais até gestos muito pessoais. De acordo com este critério, os contatos físicos podem ser classificados em cinco classes:
1-    Funcional-Profissional: são contatos “frios” utilizados para realizar alguma tarefa ou serviço. Quem recebe o contato é tratado como não pessoa. Um dos motivos para o contato ser realizado desta forma com o objetivo de não transparecer uma conotação sexual e, por este motivo, interferir na execução da tarefa. Exemplos: toques realizados pelo cabeleireiro e pelo médico.
2-    Social-polido. Este tipo de contato confirma a identidade de quem é tocado como membro da mesma espécie de quem o tocou. Neste tipo de contato existe muito pouco envolvimento pessoal entre quem toca e quem é tocado. Exemplo: o cumprimento através de um aperto de mão.
3-    Amistoso-Caloroso. Neste tipo de contato já existe um reconhecimento da individualidade de quem é tocado. Este tipo de contato também comunica que quem toca gosta de quem é tocado e o considera um amigo. Exemplo: abraçar uma pessoa pelos ombros enquanto caminham.
4-    Amoroso e íntimo. Este tipo de contato expressa intimidade e amor de quem toca por quem é tocado. Este tipo de gesto é menos estereotipado e é mais adaptado para as características pessoais de quem é tocado. Exemplo, beijar ternamente a outra pessoa.
5-    Sexualmente estimulante. Este tipo de contato expressa a atração física de quem toca por quem é tocado. Exemplo, colocar a mão na coxa da outra pessoa.

Progressão dos contatos físicos em relacionamentos amorosos
Morris (1971) afirmou que nos relacionamentos amorosos existe uma progressão de intimidades em direção ao relacionamento sexual. Alguns dos elementos desta progressão incluiriam contatos físicos.

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quarta-feira, julho 15, 2015

Vamos estudar a paixão e o amor?

VAMOS ESTUDAR A PAIXÃO E O AMOR?

A paixão e o amor afetam todas as pessoas. Afetam quando ocorrem e quando estão ausentes das suas vidas. Afetam as pessoas que estão apaixonadas ou amando, as pessoas com as quais elas se relacionam, que podem retribuir ou não esses sentimentos, e outras pessoas que são importantes em suas vidas (filhos, irmãos, pais, etc.).
O estudo da paixão e do amor é especialmente importante para os psicólogos  que prestam ajuda para pessoas e casais que estão com problemas na área amorosa.


PÚBLICO ALVO

- Grupo de estudos indicado para todos que estejam cursando ou tenham concluído algum curso superior.

- Esse grupo de estudos também é indicado para psicólogos que trabalham com relacionamento amoroso e que pretendam cursar o nosso próximo grupo de estudos: “Terapia do Relacionamento Amoroso”.


TEMAS

Principais teorias e pesquisas científicas que tratam dos seguintes temas:

Estilos de amor

Apaixonamento

Desapaixonamento

Amor e apego

Amor e intimidade

Amor e sexualidade

Amor e compromisso

Amor e relacionamento

Amor e desapaixonamento

Qual o seu estilo de amor?

Qual o seu estilo de apego?

Vamos montar um grupo de estudo para desenvolver conhecimentos teóricos e estudo de casos hipotéticos para tratar desses problemas?
Caso você tenha interesse em participar desse grupo, escreva para o meu e-mail: ailtonamelio@uol.com.br

sábado, julho 11, 2015

Três tipos de assuntos que não podem faltar nas suas conversas informais

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"TRÊS TIPOS DE ASSUNTOS QUE NÃO PODEM FALTAR NA SUAS CONVERSAS INFORMAIS"

A conversa é o principal tipo de relacionamento social. Ela é um dos principais fatores que contribuem para que os relacionamentos sejam iniciados, tenham boa qualidade e progridam ou, por outro lado, tenham má qualidade e terminem.
O assunto é um dos principais determinantes do sucesso ou fracasso das conversas. Quando alguém menciona qualidades e defeitos da conversa, tais como “interessante”, “envolvente”, “edificante”, “engraçada” ou, por outro lado, “chata”, “estéril”, “ofensiva” etc. pensamos imediatamente no assunto que foi tratado. Conversar sobre assuntos agradáveis ou que tenham função positiva para os interlocutores é crucial para que a conversa seja bem sucedida.
Vamos tratar aqui de três tipos de assuntos que devem estar presentes nas conversas informais: (1) Assuntos leves das conversas-contato, (2) assuntos ativados e (3) assuntos em andamento.

Assuntos leves das conversas contatos
Conversa contato é aquela conversa leve que geralmente ocorre no início dos encontros, ou durante a conversa propriamente dita, quando falta assunto ou existem inibições para conversar sobre outros assuntos.
Na conversa contato são abordados temas como as características e acontecimentos que estão ocorrendo no local onde os interlocutores estão (“Bonito local”, “Festa animada!”, “Gostei da sua roupa!”) ou o que aconteceram um pouco antes (“Difícil estacionar aqui, não é?”, “Pegou essa chuva forte para chegar até aqui?”).
Não menospreze os assuntos leves que são tratados nas conversas contato. É importante conversar sobre esses assuntos. Por exemplo, um estudo recente mostrou que os homens que estabelecem este tipo de conversa antes de um encontro comercial têm mais sucesso nos negócios que são tratados em seguida do que aqueles que não têm esse tipo de conversa. Esse tipo de conversa é uma manifestação de consideração e amistosidade pelo interlocutor. Essa manifestação ajuda a criar um clima positivo que favorece a conversa posterior, que trata dos negócios.

Porque tratamos de assuntos leves nas conversas contato
Tratar de assuntos leves durante a conversa contato envia as seguintes mensagens para os interlocutores:
- Tenho tempo para conversar
- Estou motivado para conversar com você. Quero conversar com você, embora ainda não tenhamos encontrado assuntos relevantes para conversar.
- Estamos nos sondando para ver quais assuntos são importantes para conversar.
- Estamos dando espaço para o outro trazer para a conversa fatos importantes que estejam lhe afetando.
- Estamos nos esquentando para conversar. Estamos ativando assuntos que ambos tenhamos interesse e nos desligando de outros assuntos para nos concentrarmos em nossa conversa.

Assuntos Ativados
Assunto ativado em um dado momento é aquele que está presente nos pensamentos ou nos sentimentos da pessoa.
Sempre existe algo nos afetando. Por isso, sempre existe algum assunto ativado na nossa mente. Somos afetados por tudo aquilo que nos diz respeito materialmente, socialmente, corporalmente e por tudo aquilo que confirme ou desconfirme nossa forma de ver as coisas, os acontecimentos e a nós mesmos.
Para que a conversa tenha sucesso, é necessário estar atento, o tempo todo, para aquilo que está afetando a si próprio e aos interlocutores em todos os momentos da conversa. Tudo que está afetando a pessoa, acima do seu limiar de consciência, é um assunto ativado para ela. Ignorar o que está afetando cada um dos participantes da conversa é ignorar aquilo que eles estão motivados para conversar e tentar conversar sobre outros assuntos.
Quando uma pessoa se põe a conversar sobre um assunto que é menos motivador para ela do que outros assuntos que já estão presentes na sua cabeça é porque ela não pode falar do que a está afetando ou porque não quer contrariar o interlocutor. Ou seja, ela se força a conversar sobre assuntos para não decepcionar o interlocutor.

Trazer os próprios assuntos ativados para a conversa
Não trazer os próprios assuntos ativados ou em andamento para a conversa tem custos e benefícios. Por exemplo, quem não traz seus próprios assuntos se envolve menos e pode se esfriar com o relacionamento com este interlocutor. Vantagem: atende o interlocutor que vai ter espaço para falar mais de si, o que pode deixa-lo mais contente com a conversa.

Medidas para identificar assuntos ativados para o interlocutor
Três medidas principais para saber se há algum assunto fortemente ativado para o interlocutor:
1- Lançar perguntas sobre o que está se passando com ele. Por exemplo, perguntar e insistir em perguntas semelhantes: “Tudo bem com você?”, “O que você conta de novo?”, “Quais são as novidades?”.
2- Desenvolver conversa contato para lhe dar a oportunidade ou pressioná-lo a introduzir assuntos
3- Propor assuntos e observar se o interlocutor adere a um deles com entusiasmo. Caso não adira, ou ele tem outro assunto na cabeça, ou ele não está motivado para conversar ou não está motivado para conversar sobre os assuntos que estão sendo tratados.

Ignorar assuntos fortemente ativados atrapalha a abordagem de outros assuntos
Geralmente temos dificuldade para conversar sobre um assunto quando outro assunto está nos afetando mais fortemente. Além disso, a conversa sobre o outro assunto menos ativado fica menos prazerosa e fluente para quem está fazendo tal esforço.
O seguinte relato ilustra a influência que um assunto ativado oculto pode ter em quem está tentando conversar sobre outro assunto:
“Eu estava com aquele assunto na cabeça e, por isso, não conseguia pensar direito em mais nada. O assunto que estava em minha cabeça não podia abordado com aquele interlocutor. Eu estava torcendo para que aquela conversa terminasse logo, pois assim, eu poderia ficar só para voltar a pensar naquele assunto que estava me preocupando”.

Assuntos em andamento
Assuntos em andamento são aqueles que dizem respeito a acontecimentos importantes que:
1- Estão ocorrendo, mas no momento não estão totalmente ativados nos pensamentos ou sentimentos da pessoa. Por exemplo, a pessoa tem que cumprimentar um amigo que está aniversariando hoje, mas, no momento, ela está envolvida em uma conversa agradável com uma colega de trabalho. Assim que o envolvimento com essa conversa diminuir, ela voltará a se lembrar do aniversário.

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sábado, julho 04, 2015

Você tem facilidade ou dificuldade excessiva para se apaixonar?

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Você tem facilidade ou dificuldade excessiva para se apaixonar?
As capacidades para sentir atração, se apaixonar e amar variam bastante entre as pessoas. Algumas sentem atração, se apaixonam e amam com muita facilidade, enquanto outras dificilmente experimentam estes sentimentos. Felizmente, a grande maioria das pessoas está entre estes dois extremos. As pessoas que têm disfunções nestas capacidades são aquelas que têm facilidade excessiva ou dificuldades para se envolver afetivamente.

Facilidade excessiva para se envolver afetivamente
Uma parte daqueles que têm facilidade excessiva para se envolver amorosamente sente atração por inúmeras pessoas, se apaixona a todo o momento e relata um grande número de amores. Esta facilidade excessiva também tem consequências negativas. A primeira delas é que estas pessoas são muito pouco exigentes na escolha de parceiros amorosos e, por isso, acabam mal acompanhadas. Em segundo lugar, elas são socialmente mal vistas. São rotuladas pejorativamente como “galinhas” e “fáceis”. Isso dificulta encontrar bons parceiros que se interessem por elas. Em terceiro lugar, muitos possíveis parceiros evitam se envolver com quem tem este tipo de facilidade excessiva. Isto ocorre porque os possíveis parceiros sentem que não são especiais quando recebem atenção de quem tem esse tipo de problema.

Dificuldade para se envolver afetivamente
Quando suspeito que um paciente tem dificuldade para se envolver amorosamente, faço três perguntas (sugiro que você também as responda agora):
1- Quantas pessoas existem no seu círculo de relações pelas quais você sente atração amorosa que seria pelo menos suficiente para iniciar um relacionamento amoroso? (Para responder esta questão desconsidere o fato de você ou de estas pessoas já estarem comprometidos).
2- Quantas vezes você já se apaixonou na vida?
3- Quantas vezes você já amou na vida?
Quando a pessoa que procura o meu consultório relata que está tendo dificuldades para iniciar relacionamentos amorosos, sempre considero a possibilidade de ela estar com algum tipo de distúrbio da capacidade para se envolver amorosamente. Esta hipótese se torna mais provável caso ela tenha mais de vinte anos, relate que ninguém ou quase ninguém a atrai, que ela está neste limbo afetivo há muito tempo, que talvez nunca tenha se apaixonado ou que tenha dúvidas sobre isso e que ela nunca amou na vida ou que haja dúvidas sobre isso.
Por outro lado, se ela revela um quantidade muito grande de todos estes tipos de envolvimento amoroso, o mais provável é que ela tenha facilidade para iniciar relacionamentos, mas que estes não durem muito tempo. Para você ter uma ideia do que seria uma quantidade muito pequena ou muito grande de cada um destes tipos de envolvimento afetivo, considere as duas seguintes pesquisas que eu realizei.
A primeira pesquisa foi realizada com 51 universitários da cidade de São Paulo, 27 mulheres e 24 homens. A idade média destes estudantes era 20,4 anos, variando entre 17 e 29 anos. Solicitei a este grupo de estudantes que respondesse à seguinte questão:
“Neste momento, no meu círculo de relações existem _________ (colocar o número) pessoas que me atraem, com as quais eu poderia ter, no mínimo, um belo caso de amor, caso não houvesse nenhum impedimento (comprometimento com outra pessoa etc.)”
Em média, as mulheres relataram que havia 2 pessoas pelas quais sentiam este tipo de atração e os homens relatam que sentiam este tipo de atração por 2,4 pessoas.
A segunda pesquisa identificou as quantidades de paixões e amores que 368 estudantes universitários tiveram durante suas vidas. A média de amores que estes universitários tiveram na vida era 1,3. A média de paixões que tiveram na vida era 3,6. Apenas 4% destes estudantes nunca haviam se apaixonado e apenas 13% deles nunca haviam amado até esta idade. No outro extremo, apenas 10% deles tinham se apaixonado 7 ou mais vezes e apenas 4% deles tinham amado 4 ou mais vezes. As pessoas que incidiram nestes dois extremos, ausência ou uma quantidade muito grande de amores e paixões, provavelmente são aquelas que tinham muita dificuldade e muita facilidade, respectivamente, para desenvolverem estes dois tipos de envolvimentos amorosos. (Leia a íntegra deste estudo na Internet. Para obter este artigo coloque o nome “O conteúdo da vida amorosa Ailton” em uma ferramenta de busca).
É esperado, por motivos óbvios, que as pessoas com menos de 24 anos tenham tido uma quantidade menor de amores e paixões do que a relatada por estes estudantes universitários e que aquelas acima desta idade tenham tido uma quantidade maior de ocorrência destes sentimentos do que eles.

Funções das capacidades para sentir atração amorosa e amar
A capacidade moderada para o envolvimento amoroso facilita o início e desenvolvimento dos relacionamentos amorosos. Algumas das contribuições deste tipo de capacidade são as seguintes:
(a) A atração romântica e sexual é um bom critério para escolher um parceiro.
Os amigos e os parceiros amorosos possuem várias características semelhantes. Este tipo de atração ajuda a distinguir aquelas pessoas pelas quais sentimos apenas amizade daquelas que nos atraem amorosamente. Como escolhemos um parceiro amoroso? Certamente não levamos no bolso uma lista de atributos que consideramos importantes neste tipo de parceiro. Funcionamos de uma forma diferente: simplesmente sentimos atração por algumas pessoas e não sentimos por outras. A atração que sentimos por uma pessoa é um forte indicativo de que ela tem as características que queremos em um parceiro para esta finalidade.
(b)  A atração, a paixão e o amor são requisitos para o envolvimento em um relacionamento amoroso.
Sentir atração é um requisito para iniciar um relacionamento amoroso: as pessoas geralmente procuram desenvolver uma relação amorosa com aqueles por quem estão apaixonadas, amam ou, pelo menos, sentem atração amorosa. Só naquelas culturas onde o casamento é arranjado é que estes sentimentos não são considerados requisitos essenciais para iniciar um relacionamento amoroso. Uma pesquisa realizada por Levine e colaboradores (1995) mostrou que o amor é considerado um requisito muito importante para o casamento nas culturas ocidentais. Estes autores pediram para que pessoas de onze países (inclusive do Brasil) respondessem à seguinte questão:
“Se um homem (mulher) tivesse todas as qualidades que você deseja, você se casaria com ele(a) mesmo se não o(a) amasse?”
A grande maioria das pessoas dos países ocidentais disse que não casaria com tal pessoa. Para elas o amor como necessário para o casamento (por exemplo, no Brasil 85,7 % das pessoas disseram que só casariam se houvesse amor).
(c) O envolvimento amoroso mobiliza recursos para atrair o parceiro.
O envolvimento amoroso funciona como uma fonte de energia para as ações amorosas. Por exemplo, quando sentimos atração por alguém, esta atração faz com que nos sintamos motivados para tentar agradar, conquistar e iniciar um namoro com esta pessoa: vestimo-nos melhor quando sabemos que vamos encontrá-la, ficamos “derretidos” na sua presença, procuramos encontrá-la, agradá-la etc.
(d) A expressão do envolvimento amoroso dá esperança para o parceiro de que ele será bem-sucedido para iniciar e desenvolver este tipo de relacionamento. Segundo Stendhal, famoso autor do livro “Do Amor” que trata do apaixonamento, a esperança é um dos requisitos para o nascimento do amor.

Causas das disfunções para se envolver amorosamente

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